Segunda-feira (1º) é o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, uma doença que infelizmente ainda precisa ser lembrada devido ao aumento absurdo dos casos de aids entre os jovens nos últimos anos.
Desde 2006, os casos em jovens entre 15 e 24 anos aumentaram mais de 50%, o que quer dizer mais jovens soropositivos. No resto do mundo, o número de novos casos de HIV entre os jovens caiu 32% em uma década. De acordo com o médico Dráuzio Varela, o principal motivo desse aumento é o comportamento sexual dos jovens. ?Eles acham que hoje ninguém mais morre de aids, que se pegar o vírus é só tomar remédio e está tudo bem. Está tudo bem, não. É uma doença grave. Vai ter que tomar remédio a vida inteira. A aids é uma doença que causa sofrimento e não tem cura?, alerta.
Na década de 80, o diagnóstico positivo de HIV era motivo de pânico e certeza de morte rápida. Para agravar esse quadro, o preconceito e a discriminação contra os soropositivos eram maiores e incontestes. Atualmente, não se pode negar, ainda persiste a desinformação sobre a doença e suas formas de contágio, levando-se a se criar apanágios sobre grupos de riscos.
De todo modo, muito já se avançou no combate à doença. O sucesso da terapia antirretroviral, por exemplo, foi sentido, a partir do final dos anos 90, pela queda da morbidade e mortalidade associadas a aids, além do aumento marcante da expectativa de vida das pessoas que vivem com o HIV. Esses avanços, todavia, não conseguiram produzir efeitos como a cura da enfermidade, graças, ao que parece, ao relaxamento associado a esse cenário otimista. O fato, é que o financiamento para o combate a doença foi reduzido por parte de diversos gestores e doadores. Isso acabou se refletindo também na sociedade, através de certa banalização quanto à prevenção com uso de preservativos.
Dessa forma, a incidência da infecção permanece estável, mas em patamares elevados nos últimos anos em vários países. O Brasil não foge a essa regra. Além do aumento dos casos entre os jovens, há um agravante considerável que é o aumento de registros entre mulheres. Dados do Boletim Epidemiológico 2013 do Departamento de DST, aids e hepatites virais do Governo Federal indicam que, de 1980 até 2012, o país registrou 236.212 casos de mulheres com aids, o que corresponde a mais de 35% dos casos existentes no país.
A diferença, portanto, entre o número de homens e de mulheres soropositivas tem diminuído de forma significativa. Se em 1989, a cada 6 casos de aids entre homens havia 1 entre as mulheres, em 2012, último dado disponível, essa diferença caiu para 1,7 caso em homens para cada caso em mulheres.
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