Junto com as preocupações globais acerca das mudanças climáticas, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) busca alternativas para viabilizar um futuro sustentável, evitando o uso de combustíveis fósseis (recurso não renovável) na geração de energia.
A Cemig, em parceria com a ArcelorMittal BioEnergia, está investindo R$ 8 milhões em um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), que utiliza os gases obtidos no processo de carbonização da madeira, realizando para a produção de bioredutor (carvão vegetal).
Atualmente, esses gases são queimados e descartados na atmosfera. ?Sob a ótica de eficiência energética, é um recurso que é perdido. Mas o processo de produção de carvão vegetal não tem outra forma de ser executado? , explica o gerente do projeto, Cláudio Homero Ferreira da Silva, da Gerência de Alternativas Energéticas da Cemig.
Com o novo projeto, os gases serão coletados e queimados por uma turbina de queima externa (EFGT), que fornecerá potência para a geração de energia elétrica. De forma complementar, será realizada a queimada de resíduos de biomassa florestal e finos de carvão, juntamente com os gases de carbonização.
Para a realização do projeto, será utilizada a Unidade de Produção de Energia (UPE) Buritis, localizada no município de Martinho Campos, no Centro-Oeste do Estado. Nesta unidade, acontece o manejo mecanizado de florestas de eucalipto. A madeira que é cortada é transportada para os fornos retangulares para carbonização, produzindo o biorredutor. Logo em seguida, é feita a descarga e transporte do mesmo para as usinas siderúrgicas de ArcelorMittal, que o utilizam como termo redutor no processo de produção de aço.
Potência
Uma UPE como esta pode se tornar uma unidade de geração de energia com potência de um a 2,5 MW. Levando-se em conta as seis maiores empresas produtoras de biorredutor de Minas Gerais, a Cemig estima uma capacidade de geração de 125 MW no Estado. Essa potência é equivalente à da Usina Termelétrica de Igarapé (132 MW) ou a dos parques eólicos que a Cemig adquiriu no Ceará (99 MW).
Para Cláudio Homero, ?o protótipo será um dos mais avançados na utilização de biomassa, sendo pioneiro e ambicioso, além de elegível como mecanismo de desenvolvimento limpo, agregando ao sistema elétrico energia de fonte limpa e renovável? .
No momento, o projeto está iniciando as atividades e a duração prevista para seu desenvolvimento é de 36 meses.

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