A Câmara Municipal de Formiga aprovou, por oito votos a um, o Projeto de Lei nº 035/2025, de autoria do vereador Thiago Pinheiro, que regulamenta a realização de rodeios no município e reconhece o rodeio em cavalos na modalidade cutiano como patrimônio histórico-cultural de Formiga. A única parlamentar a votar contra a proposta foi a vereadora Joice Alvarenga, defensora da causa animal.

O projeto estabelece diretrizes para que os eventos sejam realizados de forma organizada e segura, respeitando normas que garantam a integridade dos participantes e dos animais envolvidos. Na justificativa do projeto, o autor destaca a importância cultural, histórica e econômica dos rodeios, em especial da modalidade cutiano, considerada uma expressão genuinamente brasileira.

Segundo o vereador Thiago Pinheiro, a modalidade surgiu da prática dos tropeiros, que amansavam animais bravios durante o transporte de comitivas. “Com o tempo, essas montarias passaram de necessidade para entretenimento, sendo hoje parte das festas de peão e exposições agropecuárias que movimentam significativamente a economia de muitos municípios”, destacou.

Ainda segundo ele, o impacto financeiro desses eventos é expressivo. “Somente em Barretos (SP), as festas em torno do rodeio movimentam mais recursos do que o Carnaval do Rio de Janeiro”, argumentou. Pinheiro também citou como referência regional o rodeio de Divinópolis, um dos maiores do Brasil, que gera empregos e impulsiona o comércio local.

Voto contrário por defesa da causa animal

A vereadora Joice Alvarenga, única a se posicionar contra o projeto, usou a tribuna para justificar seu voto. “Sendo defensora da causa animal, não teria como dar meu voto positivo neste projeto, embora eu respeite quem apoia, mas da minha parte não é possível”, declarou.

Ela ainda reforçou que, apesar de reconhecer o aspecto cultural e econômico dos rodeios, não pode compactuar com práticas que, segundo ela, podem representar sofrimento para os animais. “Meu compromisso é com o bem-estar animal. Sei que há quem diga que há regulamentação e cuidado, mas a verdade é que essas práticas expõem os animais a estresse, dor e riscos físicos. Por isso, não posso, em consciência, apoiar esse tipo de evento”, acrescentou.

Com a aprovação do projeto, Formiga se junta a outros municípios que reconhecem formalmente o rodeio como uma expressão tradicional da cultura sertaneja, buscando equilibrar tradição e regulamentação.

Fonte: Redação/UN

 

 

 

 

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