Com mais de R$500 mil em repasses atrasados, a Santa Casa de Carmo da Mata pode paralisar as atividades caso a Prefeitura da cidade não deposite as verbas. De acordo com médicos do local, a unidade está com falta de medicamentos, falta de manutenção dos equipamentos e os salários dos funcionários estão atrasados.

O administrador da instituição, Antônio Afonso, afirmou que a Prefeitura de Carmo da Mata deveria repassar R$160 mil por mês para o hospital, o que não está ocorrendo. Além disso, a administração tenta uma solução com o Município para regularizar as verbas atrasadas, mas ainda não houve um acordo.

Ao portal G1, O prefeito de Carmo da Mata, Almir Resende (PSDB) disse a situação se deve ao atraso nos repasses por parte do Governo do Estado ao município.

“Hoje, o compromisso de Carmo da Mata com o hospital está atrasado em três meses. Esse problema já vem se arrastando há muito tempo, desde que veio essa irresponsabilidade do Governo do Estado. Mas agora veio uma cobrança dos médicos. Não vou falar que eles estão errados. Não, estão certos. A pessoa trabalha, precisa receber. Mas a gente precisa saber de onde vem essa fonte de renda. Eu preciso fazer um acordo com o hospital nas possibilidades da Prefeitura”, afirmou o prefeito.

Ainda segundo o G1, O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que acompanha o caso e aguarda uma justificativa da Prefeitura sobre o atraso e que, após uma análise na documentação e não havendo uma solução amigável, uma ação judicial pode ser instaurada.

Sem condições

De acordo com o médico Gustavo de Freitas Lobato, falta o básico na Santa Casa de Carmo da Mata. Desde remédios a equipamentos que, segundo ele, têm mais de 15 anos de uso e não recebem manutenções.

Lobato disse que, sem a devida manutenção, os aparelhos podem colocar em risco a vida do paciente.

“Trabalhamos com planos de contingência. Às vezes, precisamos pedir o próprio paciente para ir buscar [o remédio] na farmácia e voltar, porque a gente não tem. Medicações básicas, às vezes para dor. Tem que ter sempre em mente o seguinte: urgência e emergência a gente trabalha com vida ou morte. Então, qualquer deficiência que a gente tiver aqui dentro pode acarretar a vida ou a morte de um paciente. Não pode ter erro”, afirmou.

Devido ao atraso nos repasses, a instituição, que é a única unidade de saúde do município e realiza cerca de 60 consultas por dia, optou por fechar o bloco cirúrgico ainda em 2018. Além disso, com os salários atrasados há quatro meses, a unidade pode paralisar parcialmente os atendimentos.

“A discussão aqui não é só com salário. Salário é o menor dos problemas que a gente tem. A gente tem problemas maiores”, revelou Gustavo.

O administrador do hospital afirmou que a instituição tem tentado melhorar a estrutura da unidade de saúde com reformas, mas que faltam verbas para que tudo seja concluído.

“Nós tiramos recursos próprios para pagar o plantão médico para que não venha ocorrer uma paralisação. Fizemos algumas reformas pontuais com o dinheiro de cirurgias passadas, só que chega em um ponto que o dinheiro acaba. Como nós somos um hospital pequeno, nós dependemos muito dos convênios que temos”, explicou Antônio Afonso.

 

 

Fonte: G1||

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