O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na manhã dessa segunda-feira (22), em São Paulo, que acredita na redução da taxa de juros no Brasil de maneira “consistente e sustentável” nos próximos meses. Sem especificar datas ou projeções concretas, o ministro demonstrou otimismo quanto à trajetória da economia em 2025.

“Acho que o juros vão começar a cair e vão cair, na minha opinião, de forma consistente e de forma sustentável”, declarou Haddad. “Eu não sei em que momento, mas em algum momento ─ com os indicadores de inflação que nós estamos colhendo, com o dólar no patamar que está e com tudo que está acontecendo ─ eu acho que as coisas vão melhorar muito a partir do ano que vem. E eu acho que vai ser uma trajetória sustentável”, acrescentou.

As declarações foram feitas durante sua participação no evento Macro Day, promovido pelo banco BTG Pactual, realizado na capital paulista. Na ocasião, o ministro também abordou as causas do atual nível da taxa de juros no país, ressaltando que o problema vai além da questão fiscal.

“Existem outras coisas que explicam o juro no Brasil. Muitas outras coisas. O fiscal é muito importante, mas não é a única explicação para esse patamar de juros”, disse ele.

Selic mantida em 15% ao ano

Na semana anterior, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou por manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano. A decisão foi justificada pela instabilidade no cenário internacional, especialmente em função das políticas econômicas adotadas pelos Estados Unidos.

A Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação no país. O aumento da taxa encarece o crédito e tende a desacelerar a economia, freando o avanço dos preços.

Responsabilidade fiscal compartilhada

Haddad também destacou que a condução da política fiscal brasileira não é responsabilidade exclusiva do Poder Executivo, mas envolve o Legislativo e o Judiciário. Ele defendeu a necessidade de diálogo e articulação política para garantir o fortalecimento do novo arcabouço fiscal aprovado pelo governo.

“Para ele [arcabouço] ser fortalecido, você precisa criar as condições políticas de sentar com os parlamentares e falar: ‘nós vamos precisar ajustar algumas regras, senão o arcabouço não vai ser sustentável no longo prazo’”, explicou.

O ministro reafirmou sua confiança na melhora dos indicadores econômicos a partir de 2025, mesmo diante de um cenário de juros elevados. Segundo Haddad, a queda da taxa dependerá de um conjunto de fatores, incluindo a estabilidade fiscal, política monetária e articulação entre os poderes. O desafio, segundo ele, está em garantir que essas medidas avancem de forma coordenada e sustentável.

Com informações da Agência Brasil

COMPARTILHAR: