O Dia de Finados foi celebrado nessa terça-feira (2). A administração municipal de Formiga divulgou enredos sobre túmulos históricos no município. Confira:

✝️CEMITÉRIO DOS BEXIGUENTOS

Há mais de cem anos, na Lagoa do Fundão, morava uma família que construiu um cemitério nas proximidades de sua residência.

Contam os antigos que certo dia, pai mãe e um de seus filhos foram a uma festa de casamento, em um carro de boi, e ao retornarem sentiram uma febre muito forte. Pouco tempo depois surgiram feridas em diversas partes dos corpos dos membros dessa família.

À época não existiam médicos na região. No entanto, um farmacêutico da cidade, ao saber da situação, e imaginando que se tratava da “doença da bexiga”, criou um código para se comunicar com os enfermos. Por eles terem que ficar isolados, escreviam suas necessidades em um papel e todas as manhãs colocavam o bilhete em uma capanga amarrada à porteira.

O farmacêutico tomava as providências necessárias e, ao final do dia, colocava remédios e mantimentos, também, amarrados à porteira para que um dos moradores pudesse pegar. As idas e vindas duraram até o falecimento dos três familiares. Dessa família, restou uma filha do casal que, tempos depois, relatou o ocorrido aos seus conhecidos.

O Cemitério dos Bexiguentos, como ficou conhecido o local, passou a receber visitantes de diversas partes da cidade.

✝️TÚMULO DO ESCRAVO ADÃO

Nos tempos antigos, na “Capoeira do Adão”, região conhecida, hoje, como bairro Ouro Branco, houve um fato relacionado à “bexiga”, doença mortal naquela época.

Conta-se que vinha pela estrada um carro de boi e seu carreiro, um estravo, quem sabe. Por ali ele apresentou sintomas da doença, parou na tentativa de descansar e se recuperar para seguir viagem, e morreu. Com muito medo da proliferação da doença, os moradores de um sítio nas proximidades enterraram rapidamente o homem, no caminho, aos pés de um barranco. Marcaram um local com uma cruz.

Com o passar dos anos, a estrada foi abandonada e outro caminho foi aberto. No entanto, a sepultura tornou-se um local de peregrinação. Para uns, o local era assombrado e misterioso; para outros, era um lugar de paz e oração.

Ainda hoje o túmulo do Escravo Adão é preservado.

✝️CAPELA DE MARIA RODRIGUES

A história de Maria Rodrigues Furtuosa é uma das mais conhecidas.

De acordo com relatos, ela era natural de Ribeirão Vermelho e veio morar em Formiga quando se casou com um funcionário da Rede Ferroviária.

Contam que, durante o parto de seu primeiro e único filho, Maria sofreu um acesso de convulsões e muita febre, seguido de um coma. O fato aconteceu em 1909, quando a cidade sofria com uma epidemia de doença da bexiga, que hoje é a varíola. Preocupados com o contágio da doença, resolveram enterrá-la às pressas em uma cova cavada atrás do Cemitério do Santíssimo. No entanto, a morte ainda não tinha sido oficializada, e, quando constataram o engano, já era tarde.

O filho de Maria foi levado por sua família para Ribeirão Vermelho, onde foi criado.

Ela foi sepultada no chão. Anos depois construíram uma capela, mas preservaram o túmulo. A capela ainda é muito visitada por diversas pessoas que relatam terem alcançado graças por intercessão de Maria Rodrigues Furtusosa.

  • SEPUTURA DE ‘NORMINHA’

A lenda urbana envolvendo a sepultura de uma criança é uma das mais intrigantes.

Na década de 1950, uma família vivia bem e em harmonia. No entanto, por motivo desconhecido, a matriarca faleceu e a única filha do casal passou a viver com o pai, que anos depois casou novamente. Dizem que, de início, a madrasta cuidava carinhosamente da pequena Norma de Lourdes.

Com o tempo a criança começou a queixar-se com o pai dizendo que não recebia alimentos durante o dia. Todos os dias quando chegava do trabalho ele ouvia a mesma reclamação e, como sempre, duvidava da criança. Em certa ocasião, cansado da insistência da filha, o pai pegou a criança e levou para um lugar deserto. Chegando lá colocou fim na vida de sua primogênita.

O fato ganhou popularidade e a sepultura de “Norminha” passou a ser um lugar de visitação. Muitas pessoas, até hoje, levam bonecas, brinquedos e doces e deixam no túmulo, como forma de agradar à pequena. Fato curioso relatado por muitos é que os doces e balas desaparecem pouco tempo depois de serem colocados junto à sepultura.

Fonte: Estado de Minas

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