A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta quarta-feira que a epidemia de COVID-19, que infectou mais de 110 mil pessoas em todo o mundo desde o final de dezembro, pode ser considerada uma “pandemia”. “Consideramos que o COVID-19 pode ser caracterizado como uma pandemia”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva em Genebra. Porém, Tedros afirmou que essa nova definição da crise não muda as ações da OMS ou dos países.
Tedros disse que a OMS espera um aumento no número de casos, mortes e países afetados pelo novo coronavírus. Durante a entrevista, a OMS afirmou que a declaração de pandemia não significa uma emergência ou mudança, e sim uma descrição da situação atual. “Pandemia não é uma palavra para ser usada de maneira leviana ou descuidada. É uma palavra que, se mal utilizada, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessários”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Segundo a organização, há mais de 118 mil casos de COVID-19 em 114 países, com 4.291 mortes. De acordo com o diretor-geral da organização, a maior parte desses casos – cerca de 90% – são em quatro países, sendo que epidemia mostra sinais de declínio na China e a Coreia do Sul. Por outro lado, 81 países não registraram nenhum caso, enquanto 57 contam com 10 casos ou menos. “Nós não podemos falar isso de forma mais clara: todos os países ainda podem mudar o curso dessa pandemia”, declarou Tedros durante a entrevista.
O diretor-geral da OMS afirmou que o papel dos países é se preparar em áreas como: detecção, proteção, tratamento, redução da transmissão, inovação e aprendizado. O diretor-executivo do programa de emergências da OMS, Michael Ryan, foi questionado se é necessário fechar escolas e fronteiras, e avaliou que esse tipo de decisão é tomada de acordo com a avaliação de risco de cada país. Segundo Ryan, locais com um número pequeno de casos não precisarão adotar medidas de isolamento.