O Brasil terá em 2010 quase 500 mil novos casos de câncer, dos quais 46 mil em Minas Gerais, com um crescimento em torno de 4%. Os 489.270 casos ocorrerão mais entre homens (52%, 253 mil) do que em mulheres (48%, 236 mil). Os tipos da doença mais comuns em todas as regiões do país serão o de pele não melanoma, próstata e mama feminina. As informações fazem parte da Estimativa 2010: incidência de câncer no Brasil, produzida pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) e divulgado nessa terça-feira no Rio de Janeiro.
Elaborado a cada dois anos, o estudo do Inca é a principal ferramenta de planejamento das ações públicas no combate e prevenção da doença. A estimativa de 2010 valerá também para 2011. Para cada grupo de mil brasileiros, dois vão adoecer de câncer por ano, afirma Cláudio Noronha, coordenador de Prevenção de Vigilância do Inca e um dos responsáveis pelo levantamento.
Ele salienta que no Brasil, assim como em outros países, os novos casos vêm aumentando num percentual de 4% ao ano nas últimas décadas. Mas isso não deve assustar, tendo em vista que a população está ficando mais idosa e, quanto mais velha, maior a probabilidade de as pessoas desenvolverem câncer. A esperança de vida da população brasileira, que era de 62 anos em 1980, será de 76 anos em 2020. O especialista observa que, além disso, nos últimos anos aumentou o acesso ao atendimento médico e a exames especiais, o que provoca o crescimento da descoberta de novos casos.
Os estudiosos recomendam que não deve haver comparações da estimava para 2010 com pesquisa semelhante, do próprio Inca, que apontava o surgimento de 466.730 casos de câncer no país em 2009. Cláudio Noronha ressalta que, com a melhoria no tratamento, por conta de recursos tecnológicos e novas terapias, aumentam as perspectivas de cura da doença, que mata cerca de 161 mil pessoas no Brasil por ano. O número é de 2007, último ano disponibilizado na base de dados do Ministério da Saúde.
As chances de cura também estão diretamente ligadas à descoberta precoce dos tumores. Quanto aos fatores de risco, os maiores continuam sendo o tabagismo (90% para câncer de pulmão e 30% de todos os demais tipos da doença), álcool e alimentação inadequada (consumo exagerado de carnes vermelhas e produtos industrializados). Uma das melhores formas de prevenção é não fumar e manter uma alimentação saudável, diz o coordenador do Inca.
Estado
A estimativa do Instituto Nacional do Câncer aponta que, em 2010, Minas terá 46.630 diagnósticos da doença (23.790 mulheres e 22.840 homens). Minas acompanha a tendência nacional sobre os tipos da doença mais comuns nos dois sexos. O câncer de mama é o mais frequente entre as mulheres mineiras (4.250 casos estimados para 2010), seguido de colo de útero (1.330 novos casos), cólon e reto (1.210) e traqueia, brônquio e pulmão (850 novos casos previstos para o próximo ano). Entre os homens, a previsão é de que sejam descobertos 5.350 casos de tumores de próstata em 2010, seguidos de traqueia, brônquios e pulmão (1.460), estômago (1.290), cólon e reto (1.040), esôfago (1.040) e cavidade oral (870).

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