Após tomar conhecimento de denúncia informando que a água armazenada na piscina do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), em visível estado de abandono, apresentava a característica coloração verde prenúncio da consequente infestação de microorganismos, a reportagem destacou o repórter fotográfico Paulo Pacheco, na quinta-feira (22), para conferir, fotografar e publicar (se fosse o caso) o resultado da matéria investigativa para que no exercício de nossa função, cobrássemos maior atenção dos responsáveis.
Nosso enviado especial nos informou que ao chegar ao Caps não lhe foi permitido fotografar a piscina. Ele teve que aguardar por mais de 1 hora pela chegada da coordenadora do centro, Maiara Gomes de Freitas e, posteriormente do secretário de Comunicação, Sr. Flávio Roberto Pinto.
Embora o imóvel abrigue uma repartição pública, por questão de educação e mesmo reconhecendo que o direito de informar houvesse de certa forma sido cerceado, ele optou por fazer a foto, se postando e procurando o melhor ângulo, a partir de um ponto externo à área do Caps.
Para nós, nos pareceu óbvio que a proibição pretendia sim, ?esconder a realidade? o que, segundo a visão do Secretário de Comunicação, é simplesmente uma rotina (conduta) adotada pela secretaria, segundo ele, em defesa dos próprios pacientes. (Veja nota ao final desta matéria).
É óbvio que não concordamos com a sua afirmativa e chegamos a contestá-la mostrando-lhe que se de fato esta fosse a intenção primeira da administração, certamente a piscina, no mínimo, deveria estar cercada por razões que nos parecem óbvias.
De acordo com Maiara Gomes, havia dez dias que a piscina não era tratada com cloro. ?Mas, segundo o pessoal da área de compras da Prefeitura, o material seria fornecido na sexta-feira (23). A piscina normalmente recebe tratamento e não é ainda, utilizada pelos pacientes. Serão realizadas no local, aulas de hidroginástica para eles, em breve?, disse Maiara.
Questionada sobre uma senhora idosa, que aguardava no local, reclamando de dores (aparentemente por fome) e aguardando o atendimento de sua filha, se não teriam um café para fornecer para os pacientes, a coordenadora do centro explicou: ?tem pacientes que passam o dia todo aqui e, nesse caso, é fornecido almoço, jantar e lanche, mas para os de atendimento ambulatorial, não é fornecido, assim como não é, nos demais postos de saúde municipais?.
Já o secretário de Comunicação, Flavio Roberto Pinto ressaltou que a Prefeitura reconhece que existem problemas com a piscina. ?Buscaremos uma solução o mais rápido possível, mas, apesar desse detalhe, a mudança do Caps para esse local, foi muito benéfica para os pacientes?.
A sede do Caps foi transferida para a av. Sebastião Jorge Lasmar, no bairro Santo Antônio (próximo a Asadef, em maio deste ano).
Resposta da Secretaria de Comunicação
Dia 22 de agosto – via e-mail
Boa tarde,
Conforme solicitado, segue resposta a respeito da situação no Caps:
?A Prefeitura sempre permitirá o acesso de qualquer cidadão a qualquer estabelecimento público. Entretanto, nos casos em que houver qualquer risco à integridade física e mental, além de risco ao direito à privacidade de pacientes, a Administração Municipal exigirá, sim, prévio agendamento. Em momento algum, haverá cerceamento à livre informação. No entanto, a saúde dos formiguenses estará sempre em primeiro lugar?.

Nota da redação:
Entendemos os dizeres da nota acima emitida pelo secretário de Comunicação, embora com ela não concordemos, pois, após se agendar uma visita para fotografar, como no caso, uma piscina nas condições desta que foi objeto da denúncia, certamente e dependendo da data do agendamento, a mesma estaria quem sabe, até cercada, justificando a defesa da integridade física dos que perambulam no seu entorno, quando ali nos fosse permitido fotografar.
Este jornal dá por encerrada a polêmica, mas reafirma que continuará dentro do que lhe assegura a Constituição Brasileira, exercendo seu direito de fiscalizar, informar e cobrar soluções para problemas da responsabilidade do poder público.

COMPARTILHAR: