Neste final de semana, um bebê de um ano e três meses, Rafael Henrique Pereira, morreu em decorrência da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), uma condição que pode afetar crianças após um quadro de Covid-19.

 Após uma internação no Hospital Municipal de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, o bebê foi transferido na última quarta-feira (5) para a Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, porém morreu três dias depois, internado na UTI pediátrica.

O diagnóstico de SIM-P foi confirmado pela Prefeitura de Governador Valadares. A criança precisou ser transportada de helicóptero para a capital. “Sempre vou me lembrar de você pequeno. Hoje, você foi conhecer o nosso papai do céu”, lamentou um familiar da criança, pelas redes sociais. 

Em Minas Gerais, até o final de 2021, três outras crianças haviam morrido devido à síndrome e outras 169 haviam sido diagnosticadas. As crianças de até 9 anos são a maioria dos atingidos no Estado e representam 80% dos casos de SIM-P. No total, 44% dos afetados têm até 4 anos. A maior parte dos casos é de crianças sem comorbidades, que representam 83,43% das confirmações. Sem vacina, Covid matou mais crianças em Minas do que outras doenças evitáveis.

Testar crianças para Covid ajuda em diagnóstico

A SIM-P é um conjunto de inflamações que podem atacar o corpo da criança após o quadro de Covid-19. Diferentemente da infecção pelo coronavírus, porém, não existe um único teste que ateste a condição, por isso especialistas recomendam que os pais não hesitem em testar os filhos para Covid-19 no caso de sintomas suspeitos. 

“Isso ajudaria muito no diagnóstico, que é difícil. A síndrome inflamatória costuma ocorrer cerca de quatro semanas depois da doença”, explica a pediatra e professora da Faculdade de Medicina de Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Lilian Diniz.

Ela detalha que os principais sintomas da síndrome são uma febre que dure mais que três dias, sinais do aparelho digestivo, como dor de barriga, diarreia, náusea a vômito, além de alterações, como manchas vermelhas, na pele e nas mucosas da criança. 

Com o avanço da vacinação infantil para crianças de pelo menos 5 anos, a pediatra espera que já se reduza ainda mais os casos da síndrome, considerados raros. Já os mais atingidos em Minas, os menores de 5 anos, ainda precisarão esperar uma nova aprovação de vacinas pela Agência Nacional de vigilância Sanitária (Anvisa), que ainda não liberou imunizantes para essa faixa etária.

Fonte: O Tempo

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