Numa partida em que tinha apenas quatro jogadores no banco, sendo que o zagueiro Thiago Heleno, contundido, somente fazia número, o Cruzeiro empatou com o Caracas, em 1 a 1, na noite desta terça-feira, no Estádio Olímpico da capital venezuelana. Dessa forma, o time mineiro manteve a liderança do Grupo 1 da Libertadores e também a sua invencibilidade na competição internacional.
Como desejava o técnico Adilson Batista, o Cruzeiro foi um time de guerreiros, que conseguiu superar as adversidades e, mesmo saindo em desvantagem na etapa inicial, conseguiu buscar o empate, no começo do segundo tempo, e teve oportunidades para virar o marcador, o que deixaria a equipe mineira muito próxima da classificação para a próxima fase.

Mas, em razão das circunstâncias, o empate foi um bom resultado para o time celeste, que vinha de derrota, jogando com um time reserva, na quinta-feira passada, para o Rio Branco, por 1 a 0, pelo Campeonato Mineiro. Naquela ocasião, o Cruzeiro perdeu a sua invencibilidade na temporada.

Com o ponto conquistado na casa do adversário, o clube mineiro chegou a oito pontos no Grupo 1 da Libertadores, enquanto o Caracas, que se despediu dos jogos em sua casa, sem conseguir manter os 100% de aproveitamento, continua na vice-liderança, com sete pontos.

O time venezuelano, treinado há muito tempo por Noel Sanvicente, havia vencido San Lorenzo e Real Potosí, em seus domínios e queria fazer prevalecer novamente o mando de campo. Não conseguiu e terá de buscar sua classificação na casa dos adversários, já que enfrentará o Real Potosí, dia 1º de abril, na altitude de quase 4 mil metros da cidade boliviana. O último compromisso dos venezuelanos será em Buenos Aires, contra o San Lorenzo.

A equipe argentina, com quem o Cruzeiro empatou em 0 a 0, no primeiro turno, em Buenos Aires, será o seu próximo adversário, dia 3 de abril. Esse jogo será disputado no Ipatingão, porque o Mineirão não poderá ser utilizado em função de um festival de Axé, que será realizado naquele estádio nos dias 4 e 5 do próximo mês.

Dos 25 inscritos pelo Cruzeiro na Libertadores, nove jogadores ficaram em Belo Horizonte em tratamento de contusões, obrigando Adilson Batista a levar apenas 15 para Caracas. Para complicar, Thiago Heleno não se recuperou de uma pancada no pé direito e ficou no banco só para constar, reduzindo as opções do treinador a dois jogadores de linha – o meia Leandro Domingues e o atacante Marcel, além do goleiro reserva Andrey.
Na equipe que começou o jogo, o lateral-direito Jonathan atuou improvisado na esquerda, o zagueiro Thiago Martinelli jogou com volante e o meia Marcinho foi o companheiro de ataque do boliviano Marcelo Moreno. Na primeira etapa, após um começo equilibrado, o Caracas esteve melhor, criou as principais chances e marcou o seu gol, aos 29min, por intermédio de uma cabeçada de Valência, após cruzamento de Cominges.
Na etapa final, com os mesmos 11 jogadores, já que o técnico Adilson Batista não arriscou recorrer de cara às suas poucas opções, o Cruzeiro começou bem, criando três oportunidades seguidas, antes de chegar ao empate, em um pênalti assinalado pelo árbitro colombiano Oscar Ruiz, que viu toque de mão do lateral Lucena. Marcelo Moreno, aos 9 min, bateu e converteu a penalidade.
Depois do gol celeste, a partida caiu bastante o seu nível técnico. O Cruzeiro continuou melhor posicionado em campo, mas sem forçar muito o ritmo da partida, enquanto o Caracas tentava, mais na base da vontade, chegar ao seu segundo gol, mas esbarrou em suas limitações. A partir dos 30 min, o time local intensificou sua pressão, enquanto o Cruzeiro se defendia de qualquer maneira. Aos 41min, o zagueiro Vizcarrondo deu entrada dura em Ramires e foi expulso.

Caracas
Rosales; Lucena, Vizcarrondo, José Mera e Valencia; Luis Vera, Jiménez, Vargas e Cominges (Campos); Castellín e Bastianini (Renteria)
Técnico: Noel Sanvicente

Cruzeiro
Fábio; Apodi, Espinoza, Leo Fortunato e Jonathan; Thiago Martinelli, Marquinhos Paraná, Ramires e Wagner; Marcelo Moreno e Marcinho
Técnico: Adilson Batista

Data: 18/3/2008 (terça-feira)
Local: Estádio Olímpico, em Caracas, na Venezuela
Árbitro: Oscar Ruiz (COL)
Assistentes: Luis Penuela (COL) e Eduardo Díaz (COL)
Cartões amarelos: Luis Vera, Cominges, Lucena, Renteria, Campos (Caracas); Marquinhos Paraná, Jonathan, Thiago Martinelli (Cruzeiro)
Cartões vermelhos: Vizcarrondo (Caracas)
Gols: Valência, aos 29min do primeiro tempo; Marcelo Moreno, aos 9min do segundo tempo

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