A festa do Campeonato Mineiro foi azul. Nesse domingo (8), no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, o Cruzeiro derrotou o Atlético Mineiro por 2 a 0, reverteu a vantagem sobre o maior rival e faturou o seu 37º título.

Num confronto tenso, recheado de muitos cartões amarelos e até com expulsões, o time celeste contou com o brilho de uma dupla que costuma se destacar em clássicos: Arrascaeta e Thiago Neves. Enquanto o uruguaio marcou de cabeça aos 3 minutos do primeiro tempo, o camisa 30 balançou as redes aos 7mininutos da etapa final.

Além dos gols anotados, um episódio foi determinante para o desdobramento da final: a expulsão do atleticano Otero, aos 21 minutos do primeiro tempo, por causa de uma cotovelada no rosto de Edilson. A equipe de Thiago Larghi, que já não estava tão intensa no ataque, perdeu sua principal referência em chutes de longa distância e nas cobranças de falta e escanteio.

O Cruzeiro, que não tinha nada a ver com os problemas do Atlético, coroou a grande campanha feita ao longo da competição. Na primeira fase, o time passou em primeiro, com 29 pontos (nove vitórias e dois empates). Nas quartas de final, eliminou o Patrocinense em jogo único, com vitória por 2 a 0. Na semifinal, passou pelo Tupi com triunfos por 1 a 0, em Juiz de Fora, e 2 a 1, em Belo Horizonte.

Campeão, o clube celeste aproveitou para fazer as pazes com sua torcida, que ficou chateada pela derrota por 3 a 1 no jogo de ida, no Independência, e também em função do empate sem gols com o Vasco, na quarta-feira passada (4), pela segunda rodada do Grupo 5 da Copa Libertadores. O time não levantava a taça do Estadual desde 2014.

Depois da longa noite de comemoração nesse domingo, o Cruzeiro inicia suas atenções para a estreia pelo Campeonato Brasileiro, no próximo sábado (14), às 16h, no Mineirão. O adversário será o Grêmio. Já o Atlético, derrotado no Estadual, pegará o Vasco no domingo (15), às 16h, no Rio de Janeiro.

O jogo

O Atlético adotou a estratégia do ‘em time que está ganhando não se mexe’. Thiago Larghi repetiu a escalação da vitória por 3 a 1, no Independência. Já o Cruzeiro realizou modificações na equipe derrotada na primeira partida. O lateral-direito Edilson, o zagueiro Dedé, o atacante Rafael Sobis e o meia Arrascaeta substituíram Lucas Romero, Murilo, Raniel e Rafinha. É importante ressaltar que os três primeiros se machucaram.

Empurrado por sua torcida, o Cruzeiro conseguiu o que todo time traça como objetivo quando está em desvantagem: balançar a rede no começo do jogo. Logo aos 3 minutos, Arrascaeta recebeu cruzamento de Egídio e exigiu boa defesa de Victor. Na sobra, Edilson fintou Otero e levantou a redonda novamente. Esperto, Arrascaeta se antecipou a Leonardo Silva e cabeceou no canto esquerdo, fazendo seu sexto gol em clássicos e o primeiro no Gigante da Pampulha: 1 a 0.
Com a necessidade de mais um gol para alcançar o resultado que lhe daria o título, a Raposa tentou avançar suas linhas, mas encontrou dificuldade de entrar na área em função da forte marcação do Galo. As propostas distintas das equipes ajudaram a inflamar os ânimos dos jogadores. Houve muitas divididas fortes e pressão de ambos os lados em cima do árbitro Luiz Flávio de Oliveira, que teve trabalho para conduzir o clássico.

Na lateral de campo, Otero e Edilson duelavam à parte. No clássico da primeira fase, vencido pelo Cruzeiro por 1 a 0, o venezuelano ‘provocou’ a expulsão do cruzeirense ao sofrer falta no ataque. Já nesse domingo, o lateral-direito celeste foi mais esperto. Ao chutar a bola para a frente, ele levantou o pé, mas sem atingir Otero, que revidou com uma cotovelada no rosto do cruzeirense na frente do quarto árbitro, Rafael Gomes Felix da Silva. Mostrando sintonia com o colega, Luiz Flávio de Oliveira mostrou cartão vermelho ao camisa 11 do Galo e amarelou o número 22 da Raposa.

Depois de muita reclamação dos dois times, a partida foi retomada. O Cruzeiro, detentor da posse de bola, só exigiu uma intervenção de Victor em falta cobrada por Thiago Neves, aos 30 minutos. O Atlético, com um a menos, arriscou de fora da área aos 34 minutos, com Ricardo Oliveira, mas Fábio defendeu tranquilamente. E assim terminou o primeiro tempo.

No intervalo, o técnico Mano Menezes fez uma alteração diferente: trocou Edilson, que se queixou de dores, por Mancuello. Com isso, Henrique foi jogar improvisado na lateral direita. Sem Otero, Thiago Larghi manteve a composição do Galo na etapa inicial.

O começo do segundo tempo parecia ‘replay’ dos primeiros 45 minutos: o Cruzeiro pressionou em busca do gol. E conseguiu aos 7 minutos, com passe perfeito de Robinho para Thiago Neves. O camisa 30 apareceu entre Leonardo Silva e Gabriel e desviou a redonda para o fundo da rede de Victor: 2 a 0.
Larghi tentou mudar o panorama do clássico com duas alterações no Atlético: Gustavo Blanco e Erik nas vagas de Luan e Ricardo Oliveira. Mano Menezes também mexeu no Cruzeiro, mas por cansaço: Robinho saiu para a entrada de Rafinha. O jogo, porém, continuou tenso e ‘brigado’ no meio-campo. O Galo buscou sua última cartada, com Róger Guedes no lugar de Elias. A Raposa fechou a defesa com Ezequiel substituindo Arrascaeta. Melhor para a equipe azul, que soube administrar a vantagem e celebrou o troféu que não conquistava desde 2014.

 

 

Fonte: Estado de Minas ||

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