O depoimento do piloto Henrique Traugott Binder Galvão, prestado nesta terça-feira (28) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), gerou insatisfação entre parlamentares. Galvão, que comandou aeronaves ligadas à Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), uma das entidades investigadas, não é alvo direto da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal.

Durante a sessão, o deputado federal Zé Trovão (PL-SC) criticou a convocação do piloto. “Olha a perda de tempo que nós estamos tendo nessa CPMI. Em vez de trazermos aqui pessoas envolvidas com os roubos, estamos ouvindo um piloto de avião”, afirmou. “Eu até acredito que ele levou propina no avião, mas não pode ser responsabilizado por crimes nesta comissão, é prestador de serviços, é só um piloto”, completou.

Galvão compareceu à comissão sem advogado e sem habeas corpus, respondeu a todas as perguntas, mas demonstrou saber pouco sobre os fatos investigados. A falta de informações relevantes levou outros parlamentares a abrirem mão de questionamentos.

O escândalo envolvendo o INSS foi revelado pelo portal Metrópoles em uma série de reportagens iniciadas em dezembro de 2023. Três meses depois, o site mostrou que a arrecadação de entidades com descontos em aposentadorias havia disparado, alcançando R$ 2 bilhões em um ano. As associações envolvidas enfrentam milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.

As reportagens motivaram a abertura de inquérito pela Polícia Federal e subsidiaram investigações da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 matérias do portal foram citadas na representação que originou a Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril deste ano. A operação resultou nas demissões do presidente do INSS e do então ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Com informações do Metrópoles

 

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