A deputada estadual Mical Damasceno (PSD-MA) causou polêmica ao defender, na quarta-feira (17), que a Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema) faça uma sessão apenas com a presença de homens para celebrar o Dia Internacional da Família, em 15 de maio. A ideia, segundo ela, é mostrar que o homem “é o cabeça da família”, enquanto a mulher “deve submissão ao marido”.

“Nós comemoramos o Dia da Família em 15 de maio, e aí veio uma ideia em meu coração que eu acredito que seja divina, de nós fazermos uma sessão solene aqui, mas somente com homens para mostrar à sociedade que o cabeça da família é o homem”, disse. “Vamos encher esse plenário aqui de macho. A mulher tem que entender que ela deve submissão ao marido, doa a quem doer”, acrescentou.

Mical continuou declarando que as feministas defendem que tem esse direito de igualdade” e “querem estar sempre numa guerra contra o homem”. Então, direcionou a palavra à presidente da Assembleia, deputada Iracema Vale (PSB-MA): “E a senhora, como católica praticante, sabe quem é o cabeça da família, é o homem, assim como Cristo é o cabeça da igreja.”

“Vai ser lindo para a glória do senhor Jesus, deputado Neto Evangelista [União Brasil-MA]. Essa sessão solene em comemoração da família. Nós vamos encher esse plenário de homem, de macho, para dizer que ele representa esta instituição. A primeira instituição criada por Deus”, completou a deputada.

Assembleia diz que opinião da deputada deve ser respeitada

Após a fala de Mical, a Assembleia emitiu uma nota e afirmou que a sessão “será aberta à participação de todos e todas”. “Sobre o pronunciamento da deputada Mical, ocorrido na quarta-feira (17), de que o ato tenha apenas a presença de homens, trata-se de uma opinião da parlamentar, respeitada dentro da pluralidade que compõe o Parlamento estadual, que representa todos os segmentos da sociedade maranhense, em suas diversas forças políticas e linhas ideológicas”, continuou.

O órgão acrescentou que “manterá sempre a boa convivência política na diferença, conciliando divergências em defesa dos interesses do povo do Maranhão”. O comunicado citou que a Assembleia tem, pela primeira vez na história, uma mulher como presidente e a maior bancada feminina, com 11 cadeiras entre as 42 totais, além de “uma forte atuação da Casa em defesa das políticas de gênero e contra todas as formas de discriminação”.

A Procuradoria da Mulher da Casa também se posicionou em sentido contrário à fala de Mical. “Respeitamos a autonomia e o importante trabalho da deputada Mical Damasceno, mas suas opiniões explanadas no referido pronunciamento divergem totalmente dos princípios desta Procuradoria, que defende a nossa luta incansável pela igualdade de gênero e respeita a todos os laços de afeto, que se colocam como construção familiar”, informou.

Fonte: O Tempo

 

 

 

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