Com o acúmulo de reclamações de usuários do sistema de saúde pública, os quais se julgam prejudicados pelo fato de, há alguns meses, sofrerem com os seguidos atrasos, ou com a interrupção da entrega de medicamentos a eles prescritos, a reportagem do jornal Nova Imprensa/portal Últimas Notícias visitou na tarde desta quarta-feira (10), alguns Postos de Saúde e à própria Secretaria de Saúde Municipal.
Comprovou que o problema, realmente, é grave e ocorre em função do descumprimento por parte do Estado de Minas, com o avençado no protocolo firmado com o município.
Para se ter uma base do quanto é importante resolver-se, e logo, esta questão, lembramos que, no caso dos pacientes diabéticos, a interrupção do tratamento pode causar-lhes vários problemas, inclusive, colocando em risco a própria vida deles.
Para os diabéticos, além do fornecimento de fitas para que eles possam, diariamente, medir os níveis de açucares no sangue, cabe também ao Estado fornecer-lhes a insulina, seringas e ou, canetas para a aplicação do medicamento que normalmente deve ser usado por duas ou mais vezes ao dia.
Ocorre que, há alguns meses, – (6 ou 8) – o Estado de Minas passou a atrasar as entregas do que lhe foi solicitado e, pior que isto, diminuiu a quantidade enviada ao município. Mesmo quando este solicita apenas a quantidade necessária e suficiente para o atendimento da população.
Isto é o que tem ocorrido, embora tivesse, ele mesmo, o governo estadual, alterado o protocolo de entrega de tais medicamentos e insumos, recomendando para todos os diabéticos de idade superior a 45 anos, o uso das canetas e não o da insulina distribuída em frascos. Esta, com a aplicação feita através de seringas. Ora, se o próprio Estado alterou o número dos usuários que devem receber a caneta, como justificam agora, esta diminuição sensível no fornecimento da mesma?
Ora, a verdade é que, ultimamente, quando o paciente encontra nos Postos de Saúde ou na Farmácia Municipal a tal fita, logo constata a falta da lanceta, esta indispensável para a realização do exame que se vale da tal fita.
Também tem se tornado comum o fato de não se encontrar disponível a agulha para caneta de aplicação da insulina. É sabido que esta deve ser usada por no máximo duas ou três vezes, desde que observados os cuidados de higiene e outros no sentido de se evitar infecções e outros males.
A reportagem tomou conhecimento de diabéticos – e não foram poucos – que em razão destes problemas, falta de medicamentos e insumos – têm feito uso da insulina em frascos e, a agulha, muitas vezes, é a mesma, sendo usada por vários dias já que as entregas de outras, embora programadas, – o que nem sempre acontece – são feitas aos pacientes, nos postos, em intervalos que variam de 30 a 30 dias.
Registramos aqui, a boa vontade e a educação dos profissionais da saúde que atendem nos Postos visitados que, com paciência explicam pacientes com muito jeito que o problema se dá em função de algo que foge do controle deles (problema do Estado).
Esta semana, por exemplo, verificamos que das 800 canetas solicitadas pelo município e prometidas pelo Estado para aqui chegarem antes do dia 10, o município recebeu apenas 400 unidades deste item.
Realmente, em matéria do uso de medicamentos e insumos outros destinados à saúde, ocorrendo isto, não há como socorrer a todos que fazem uso obrigatório dos mesmos. A interrupção de tratamentos iniciados, queremos crer, deve gerar aumento de atendimento dos pacientes que, na falta deles (medicamentos), apresentam outros sintomas que exigem até mesmo, em alguns casos, internamento com o consequente aumento dos custos para o próprio sistema de saúde.
A reportagem ouviu secretários de outros municípios desta região e a queixa se repete em vários deles. Portanto…

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