Nesse domingo, dia 1° de junho foi celebrado o Dia Mundial do Leite, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para reconhecer a importância do leite como alimento global.

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, com produção anual superior a 34 bilhões de litros, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O consumo médio é de 320 ml por pessoa ao dia. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) recomenda a ingestão de 3 porções de lácteos diárias, o que equivale a cerca de 480 ml.

Minas Gerais é o maior estado produtor do país, com cerca de 9,3 bilhões de litros, representando mais de 27% da produção nacional, conforme a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A atividade é desenvolvida em quase todos os 853 municípios mineiros, sendo uma importante fonte de renda para milhares de pessoas, principalmente para os agricultores familiares.

O coordenador de bovinocultura da Emater-MG, Manoel Lúcio Pontes, destaca que cerca 60% desta produção provém da agricultura familiar. Aliás, os agricultores familiares representam 80% dos produtores do Estado.

A atividade de bovinocultura de leite em Minas Gerais gera 1,2 milhão de empregos diretos e movimenta mais de R$ 21 bilhões em receita. Então, é importante para o estado, para a arrecadação do PIB e para o agronegócio mineiro. É uma atividade que segura os produtores no campo”, reforça.

Mercado

Embora seja uma atividade extremamente prevalente no estado e de grande importância econômica, sofre muito com oscilações de preços.

O Brasil não é um grande exportador de leite. A maior parte do que é produzido é consumida internamente. E existem dois principais fatores que mais influenciam a formação dos preços: primeiro é o poder aquisitivo do consumidor, quando ele está melhor, o preço do leite pago ao produtor acompanha e fica mais alto também. O segundo fator é o mercado externo. Quando o preço interno do leite está alto, fica mais propensa a entrada de leite de fora, especialmente de países que são grande exportadores e que produzem com menor custo, como Argentina e Uruguai. Isso força a queda do preço aqui dentro”, explica o coordenador.

Produzir queijos é a forma mais tradicional que o produtor tem de agregar valor, especialmente para a grande maioria deles, que são familiares”, pontua.

Exportações e custo de produção

As exportações brasileiras de lácteos registraram baixa relevante de 41,05% entre março e abril, depois de três meses seguidos de altas. Frente a abril de 2024, a queda foi de 22,49%. Quanto às importações, os recuos foram de 11,6% no comparativo mensal e de 16,87% no anual. Os dados são da Secex e foram analisados e compilados pelo Cepea.

No entanto, a China se tornou o maior destino das exportações de leite e lácteos brasileiros. De janeiro a março foram exportados 1,75 mil toneladas, o que representa 15,5% de todo o volume.

Os custos de produção da pecuária leiteira subiram em abril pelo quarto mês consecutivo. Cálculos do Cepea mostram que o Custo Operacional Efetivo (COE) avançou 0,28% em relação a março/25, considerando-se a “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS). A alta nos custos está ligada principalmente à valorização de insumos voltados à nutrição do rebanho.

 

 

Fonte: Giullia Gurgel/ Itatiaia

 

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