A Executiva Nacional do PT vetou ontem, provisoriamente, a decisão do diretório municipal da legenda de formar uma aliança com o PSDB para a sucessão em Belo Horizonte. A medida vale até o dia 24, data prevista para que a ala nacional se manifeste novamente. Até lá, o PT estadual e o municipal devem apresentar argumentos sobre a aliança.
O veto foi tomado durante uma reunião da Executiva Nacional do partido, em Brasília. Dos 12 integrantes presentes, apenas um defendeu a dobradinha. Trata-se de Romênio Pereira, afinado com a idéia do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT). Na resolução da Executiva, ficou entendido que a instância do partido na capital desrespeitou uma norma nacional ao decidir formar aliança com o PSDB sem submeter o assunto à ala nacional.
Coligações com partidos de fora da base aliada do governo Lula – em capitais, cidades com mais de 200 mil habitantes e naquelas com horário eleitoral na TV – devem ser submetidas à aprovação desta Comissão Executiva Nacional, diz a resolução. Como o PSDB é oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a aliança não deveria ter sido colocada em votação na instância municipal do PT, no último domingo.
A Comissão Executiva Nacional entende que a resolução aprovada pelo Encontro Municipal de Belo Horizonte, em 13 de abril de 2008, está em desacordo com as diretrizes da política de alianças definas pelo Diretório Nacional, diz o texto que veta a dobradinha. Nos bastidores, alguns petistas da ala nacional garantem que a decisão final será por proibir a dobradinha com o PSDB.
Como o modelo proposto por Pimentel tem o PSB na cabeça-de-chapa, poderia ser aprovada a aliança com os socialistas sem os tucanos. Se o PSDB quiser participar seria somente com o apoio informal, o que excluiria o tempo de televisão do partido e a aparição do governador Aécio Neves (PSDB) na propaganda eleitoral.

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