E por falar em eletrônica...

Primeiro uso remoto em tempo real de um computador, Modelo I

Usando um teletipo modificado, um operador de computador inseriu problemas sugeridos pelos participantes da reunião da American Mathematical Society em Dartmouth, New Hampshire, em setembro de 1940, enviando comandos por linhas telefônicas e operando remotamente a Calculadora de Números Complexos (CNC) localizada em Nova York.

Na demonstração, o matemático Norbert Wiener e o físico John Mauchly passaram muito tempo experimentando o sistema. No Bell Labs, o pioneiro da computação, George Stibitz, liderou o desenvolvimento da Calculadora de Números Complexos, concluída em novembro de 1939 por US$ 20.000,00 (valores da época) e, colocada em operação em 1940.

Empregando circuitos binários acionados por relés eletromagnéticos² para suas operações e lógica, em vez de contagem por rodas ou engrenagens, ela foi feita a partir de 450 relés telefônicos³ e podia somar, subtrair em um décimo de segundo, multiplicar e dividir números complexos de 8 dígitos⁴ em cerca de um minuto, cada dígito era armazenado como codigo binário de 4 bits – três Decimais Codificados em Binário⁵ (BCD ou Código Stibitz), executando cálculos usando fita de papel para sequenciamento e controle.

Embora o Modelo I fosse uma conquista útil e impressionante para a época, não era uma máquina muito sofisticada e não era programável, o que significava, é claro, que não podia executar saltos condicionais; Digitava-se uma equação e a máquina imprimia uma resposta.

Também não era uma calculadora de uso geral; estava programado para executar um determinado conjunto de operações e não podia fazer mais nada (o que não deixava de ser um fato notável para a época, tendo em vista as operações serem feitas a distancia e em tempo-real). Não tinha memória, unidade central de processamento ou unidade de controle claramente definidas.

Livre tradução de Alexandre Dezem Bertozzi