Ricardo Faria, conhecido como o “rei do ovo” e dono da Mantiqueira, maior produtora de ovos do país, causou polêmica ao afirmar que a escassez de mão de obra no Brasil acontece porque “as pessoas estão viciadas no Bolsa Família”. O empresário, que comanda uma operação com mais de 12 milhões de galinhas, disse que contratar no país virou um “desastre”.

Durante entrevista recente, Faria expressou sua visão sobre o cenário trabalhista brasileiro. Segundo ele, o programa social estaria criando uma situação onde parte da população prefere receber benefícios a buscar emprego formal. A declaração gerou intenso debate nas redes sociais e dividiu opiniões entre especialistas em mercado de trabalho.

Por outro lado, dados do mercado mostram que a questão é mais complexa. Economistas apontam que a falta de mão de obra em alguns setores pode estar relacionada a diversos fatores, como baixos salários, condições de trabalho inadequadas e falta de qualificação profissional. O valor médio do Bolsa Família, de cerca de R$ 670 por família, dificilmente substituiria uma renda formal.

A Mantiqueira, empresa de Faria, é responsável por cerca de 10% da produção nacional de ovos e emprega milhares de pessoas em suas unidades espalhadas pelo país. O setor avícola brasileiro, que mantém padrões sanitários reconhecidos internacionalmente, enfrenta desafios similares a outros segmentos da economia na busca por trabalhadores.

O debate sobre a relação entre programas sociais e mercado de trabalho não é novo no Brasil. Enquanto alguns defendem que os benefícios podem desestimular a busca por emprego, outros argumentam que eles garantem condições mínimas de dignidade e permitem que as pessoas busquem melhores oportunidades sem a pressão da fome.

 

Fonte: InfoMoney/Folha de S. Paulo-104fm

 

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