Em nove meses, dezesseis crianças foram vítimas da insegurança e da imprudência nas rodovias federais que cortam Minas Gerais. São catorze crianças feridas e duas mortes confirmadas. Números que servem de alerta já que o Estado tem dois dos nove óbitos registrados nas estradas federais de todo o território nacional.
“Infelizmente, mais de 90% dos acidentes estão relacionados ao fator humano, como excesso de velocidade, desrespeito às normas de trânsito e ultrapassagem em locais proibidos”, disse o diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), o médico Alyssom Coimbra.
A avaliação do especialista é de que a imprudência dos motoristas, causada principalmente pela ausência da direção responsável e do uso de equipamentos de segurança, é o fator principal para a letalidade nesses acidentes. “Quando essa questão está sendo tratada e conduzida de uma forma eficaz, a queda no número de sinistros é acompanhada pela queda do número de vítimas. Nesse caso específico, o que se observa é que os sinistros envolvendo crianças estão cada vez mais letais”, completou.
Os dados da Polícia Rodoviária Federal indicam também um aumento de 80% da letalidade de crianças nos acidentes registrados nas rodovias brasileiras. Conforme o levantamento, foram cinco mortes em 2021 e nove em 2022. Além disso, o número de feridos também aumentou. Foram 123 no ano passado e 127 nos nove primeiros meses deste ano.
Na última semana, um acidente, ainda não contabilizado pelas estatísticas, matou duas crianças na BR-356, em Ouro Preto, na região Central de Minas Gerais. A tragédia envolveu quatro veículos. Sete pessoas morreram, entre elas um menino de 3 anos e uma menina de 7. Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), a batida ocorreu após um dos motoristas, inabilitado, tentar uma ultrapassagem proibida. Ele era pai da menina e também morreu no local.
Fonte: O Tempo