Dois vocábulos que não sabemos porquê vieram à nossa mente bem na hora em que nos debruçamos à frente do monitor para, depois de quase encerrada a edição, pensarmos em escrever algo que melhor explicasse a atual conjuntura política pela qual passa este município.

E foi assim pensando que nos lembramos que, se é verdade que OCASO é o por do sol; é o momento em que ele se põe na direção oeste e isto precede a noite; também é vero que ACASO é sinônimo de fato imprevisto, casualidade, sorte, destino; algo casual…

Basta-nos entender isto para termos a suficiente coragem de afirmar que, ao menos aqui em Formiga, a sensação de que o OCASO se instalou há algum tempo na atual administração, realmente é algo que corrobora com nossa afirmativa de que isto, não se deu por ACASO.

Se nos lembrarmos da “Expolata” e daquela série de promessas eleitoreiras a que foi submetido o eleitorado, em especial aquele que elegeu os atuais governantes; verificaremos que esta série de desmandos com todas as suas consequências aqui hoje vivenciadas, não se trata, definitivamente de obra do ACASO.

Era quase palpável a sensação que tínhamos de que antes de terminado o mandato eletivo, este governo ou (des) como muitos o sentem, estaria terminado.

A total falta de um comando único, iniciada com a recepção de um “estranho no ninho”, que dentro ou mesmo de fora do gabinete ditava as ordens, admitia, demitia, ordenava o que e de quem comprar, a quem perseguir ou prejudicar e muito mais, era o sinal claro de que uma hora a casa cairia.

E não deu outra: a instalação da CPI da Usurpação, a divisão do município em Capitanias Hereditárias, o inchaço da máquina pública, o descontrole total no setor de compras, em especial quanto aos gastos com publicações e publicidades, o protecionismo aqui instalado em todos os níveis da administração, o constante rodízio de secretários, tudo isto e muito mais, nos levaram a trilhar este sinuoso caminho, praticamente sem volta.

Tudo isto tinha mesmo que dar no que deu: afastamentos, prisões de figuras de proa, intervenções do Ministério Público, acúmulo de inquéritos e processos judiciais, muitos destes ainda em fase inicial, mas desde já anunciando seu potencial explosivo de grande magnitude, atrasos no pagamento de salários e acúmulo de uma dívida para muitos impagável.

A falta de escrúpulos de uns poucos, a pressão exercida por outros em cima daqueles que dependem do “empreguinho”; a ganância desenfreada e a sensação de que “ao Rei tudo é permitido”, assim como a certeza mais que equivocada de que a impunidade reinará para sempre, certamente são as grandes causas do OCASO político ao qual a atual administração chegou, apesar de toda a experiência que o alcaide garante haver acumulado ao longo de seus sete mandatos anteriores.

Experiência esta que, talvez só ele não tenha percebido, se a acumulou não a pôde por em prática, pois, sabidamente enfrentou no Legislativo, poder de onde veio, certamente a maior de toda as oposições, apesar de ali manter um grupelho de fiéis defensores que, nas horas mais críticas, ou lá não compareciam ou, simplesmente negociavam seu apoio.

E o OCASO chegou, trazendo consigo a certeza de que a escuridão vem com ele e o que é pior, deixando desnorteados aqueles que de alguma forma, por lá, ainda tentam “tapar o sol com a peneira”, como se isto fosse solução.

As eleições estão aí a bater às nossas portas e se o desestímulo com que os eleitores se referem ao próximo 2 de outubro se der mesmo na intensidade com que hoje é medido, esta cidade corre sim, o risco de mais uma vez, andar para trás.

Se aquele que se apresentou como o novo Juscelino, conseguiu ao contrário daquele em menos de quatro ano, nos atrasar economicamente em uns vinte, que esta cidade não se esqueça que neste país, nada está tão ruim que não possa ficar pior.

Para que isto não ocorra (o pior) é preciso pensar, pensar e pensar, antes de votar e de se eleger os que nos representarão lá no Legislativo ou os que assumirão o comando da Casa Goiaba.

Não se esqueçam que o OCASO, como visto, não chega por ACASO.  Assim como é previsível que a cada 12 horas o OCASO venha com o por do sol, também é certo que em matéria de política, quando erramos na hora de votar, ele costuma se estender por, no mínimo, quatro anos.

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