Que a autoconfiança ajuda qualquer pessoa a desenvolver melhor uma atividade, não é novidade. O que não se sabia era que a falta de confiança em si mesmo e a ansiedade são alguns dos fatores que mais influenciam o desempenho escolar de crianças e jovens. As variáveis emocionais têm peso maior até mesmo que as condições socioeconômicas.
Uma pesquisa realizada com 633.834 alunos de escolas públicas em 9.527 colégios de Minas Gerais mostra que, entre os estudantes ansiosos, apenas 32,3% alcançaram o nível recomendável na prova de matemática do Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica.
No grupo sem essa característica, o índice subiu para 76%. No teste de português, 58% dos que eram mais serenos tiveram média satisfatória, enquanto, no grupo de alta ansiedade, 37% obtiveram nota recomendável.
A pesquisa ainda mostra a importância da autoestima. Segundo o coordenador do estudo, o psicólogo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Alexandre Serpa, a confiança que a criança tem em si e na sua capacidade de fazer uma tarefa pode anular, inclusive, os fatores sociais. As crianças com baixo nível socioeconômico que acreditavam em si tiravam notas semelhantes às de melhor nível social, explica.
Para o psicólogo e professor da Universidade Federal de Minas Gerais Cristiano Gomes, a pesquisa surpreende, já que, segundo ele, as condições socioeconômicas costumam prevalecer. A ansiedade é altamente negativa. O ansioso sente como se a matéria representasse um perigo. As aulas passam a ser ameaçadoras e sem prazer, afirma.
Bola de neve. A pedagoga Ana Paula Braz explica que a falta de confiança gera um efeito cascata, acarretando outros problemas. O aluno passa a ficar disperso e desiste de uma tarefa na primeira dificuldade. A indisciplina pode mascarar problemas como a ansiedade e a baixa autoestima, diz ela.

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