A partir da próxima sexta-feira (8), as contas de luz residenciais ficarão 6,61% mais caras em Minas Gerais. O reajuste, definido nesta terça-feira (5) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), é abaixo do pleiteado pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que queria aumentar as tarifas em 10,74% para quem usa baixa tensão, caso dos consumidores residenciais.
Já para os clientes de alta tensão (indústrias), a Aneel estipulou reajuste maior que o pedido pela Cemig, que queria aumentar os valores em 5,85%, mas poderá aplicar altas de até 9,02%. Em média, os preços cobrados nas contas dos 7 milhões de clientes da Cemig em 774 municípios mineiros ficarão 7,24% mais caros.
O deputado Weliton Prado (PT), integrante da comissão de Defesa do Consumidor da Câmara, esteve na reunião da Aneel e considerou o reajuste concedido alto demais. Mesmo sendo abaixo do que a Cemig pediu, é abusivo porque a qualidade da energia é muito ruim disse.
Nos próximos dez dias, ele apresentará à agência um recurso pedindo a redução do percentual de reajuste. Segundo ele, a contestação tem que ser apresentada neste prazo, mas só será analisada na próxima análise de reajuste da Cemig, neste ano.
O órgão regulador julgou um pedido da própria empresa, referente ao reajuste de 2010. No ano passado, a companhia pretendia aumentar o valor das contas em 7,7%, em média, mas foi obrigada a aplicar uma redução média de 1,73%. Na semana passada, quando divulgou os resultados referentes a 2010, o diretor de finanças, relações com investidores e controle financeiro de participações, Luiz Fernando Rolla, disse que iria analisar se ainda cabia recurso e apresentar nova contestação à Aneel.
Competitividade
A indústria mineira, que tem uma grande base eletrointensiva, pode perder competitividade com o encarecimento da energia. A Cemig vai lucrar mais e nós vamos ficar com o mico na mão porque não temos alternativa, disse o vice-presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Petrônio Machado Zica.
Ele afirmou que só as indústrias de médio e grande portes são consumidoras livres e podem escolher de qual empresa comprarão a energia. As outras dependem da energia da Cemig. Não podemos fazer nada, só aceitar e, depois, se for o caso, reduzir a produção e deixar os chineses tomarem conta do Brasil, afirmou.
Estudo da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) mostrou que para cada R$ 1 de reajuste na energia, o Produto Interno Bruto (PIB) deixa de crescer R$ 8,50. Segundo a entidade, os encargos e tributos são o que mais pesam nas contas e representam mais de 50% do total. Em Minas, há ainda o problema do ICMS, que está entre os mais altos do país.

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