Para os especialistas em direitos de crianças e adolescentes, a aprovação de leis mais rígidas contra a pedofilia representa um avanço da sociedade. A responsabilização dos agentes agressores demonstra que a sociedade está se mobilizando para enfrentar esse problema. É necessário criar mecanismos jurídicos que responsabilizem os agressores, avalia Helena Oliveira Silva, gerente de projetos de proteção à infância do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Para a socióloga Graça Gadelha, consultora na área de exploração sexual comercial de crianças e adolescentes, a internet contribui para o aumento da troca de fotos de pornografia envolvendo menores porque encobre a identidade do pedófilo. Opinião semelhante é da secretária executiva do Comitê Nacional de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, Neide Castanha. A internet não é a causa da pedofilia, mas pode ser um facilitador para a circulação de imagens, diz. Acredito que alguém que se utiliza de sexo virtual é perfeitamente capaz de fazê-lo de forma presencial.
Os dados do Disque-Denúncia da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) são o parâmetro utilizado para analisar a violência praticada contra crianças e adolescentes de todo o país. No ano passado, foram registradas 7.121 denúncias de abuso sexual; até outubro deste ano, o número é de 8.013. São Paulo lidera o ranking, com 1.097 denúncias, seguido pela Bahia, com 980, e Minas, com 689.

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