As cadeiras do Estádio Governador Magalhães Pinto (Mineirão) estão perto de deixar a Pampulha. O Novo Mineirão, em obras, ganhará novas cadeiras retráteis, o que amplia a área de circulação entre as fileiras e o conforto dos torcedores, para atender aos requisitos do Caderno de Encargos da Federação Internacional de Futebol (Fifa). Com a substituição, 43 mil assentos serão doados pelo Governo de Minas para cinco estádios em diferentes regiões do Estado.
Do total, 25 mil assentos serão destinados ao Estádio João Havelange (Parque do Sabiá), em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. As demais serão doadas para o Estádio Castor Cifuentes (oito mil), em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH); Democrata Futebol Clube (cinco mil), em Governador Valadares, no Leste do Estado; Guarani Esporte Clube (duas mil), em Pará de Minas, no Centro-Oeste do Estado; e Associação Esportiva Recreativa Usipa (três mil), em Ipatinga, no Leste de Minas Gerais. Isso representa 80% das 56 mil cadeiras, já que há uma perda prevista com a retirada. Caso a operação para retirar as cadeiras consiga atingir percentual superior ao projetado, o Governo do Estado avaliará os pedidos restantes para doação do acervo residual.
Diante da impossibilidade de utilização das cadeiras no futuro projeto do Mineirão, o Governo de Minas optou pela doação dos assentos, medida em consonância com a estratégia de reaproveitamento de materiais do estádio adotada desde o início das obras.
Com o anúncio de que as atuais cadeiras não atendem aos requisitos da Fifa, começou a corrida pelos assentos do Mineirão. Desde o início do ano, o Governo de Minas, por meio do Núcleo Gestor das Copas, recebeu 22 ofícios de estádios de todo o Estado. O número de pedidos é duas vezes maior que o acervo de cadeiras disponível. Todas as solicitações foram analisadas e a definição foi informada aos administradores dos estádios beneficiados por meio de ofício. Todos deverão vir a Belo Horizonte para acertar e oficializar os detalhes da doação.

Critério
Para definir os estádios que vão receber as cadeiras foi observada a importância do estádio no cenário do futebol mineiro, a exemplo do Parque do Sabiá, em Uberlândia; a localização geográfica das arenas esportivas, procurando atender diferentes regiões do Estado; e o perfil dos clubes responsáveis pelos estádios, favorecendo equipes da primeira divisão, como é o caso do Democrata, de Governador Valadares, e do Villa Nova, de Nova Lima, e também agremiações que não estão na primeira divisão do campeonato mineiro, como é o caso do Guarani Esporte Clube, de Pará de Minas.
Além disso, foi avaliada a capacidade dos administradores efetuarem a operação de retirada das cadeiras. A responsabilidade pela remoção dos assentos, bem como o transporte, será dos responsáveis pelas arenas beneficiadas. Estimativas de empresas especializadas apontam para um custo médio de R$ 9 por cadeira retirada (o valor de cada cadeira está estimado em R$ 90). Já o custo com o transporte depende da distância a ser percorrida e do volume de cadeiras a ser transportado.

De problema a solução
A reutilização de materiais tem sido um dos pilares das obras no Mineirão. O Governo de Minas tem procurado reaproveitar ao máximo os materiais de demolição, escopo da segunda fase das obras de modernização do estádio (rebaixamento do gramado e demolição da geral e de parte da arquibancada inferior).
O rebaixamento do gramado, iniciado em 9 de agosto e próximo da conclusão, gerou 68,8 mil metros cúbicos de terra. O material, que exigiu a realização de 5,7 mil viagens de caminhão, foi integralmente utilizado em uma obra de Requalificação Urbana e Ambiental do ribeirão Arrudas, executada pelo Departamento de Obras Públicas do Estado de Minas Gerais (Deop/MG).
Já a demolição da geral e de parte da arquibancada inferior, ambas concluídas, gerou aproximadamente 3,8 mil metros cúbicos de concreto e 1,4 mil de alvenaria. Os resíduos gerados nas primeiras demolições (concreto armado, alvenaria e argamassa), depois de preparados, estão sendo usados na construção de rampas para o acesso das máquinas ao interior do estádio. Com a continuidade das obras – demolição integral da geral e de parte da arquibancada inferior – os resíduos restantes foram encaminhados para a Usina de Reciclagem da Prefeitura de Belo Horizonte, localizada no quilômetro 531 da BR-040, distante aproximadamente 14 quilômetros do Mineirão.
O gramado também ganhou novo endereço. Toda a grama do Mineirão foi reaproveitada no Plug Minas, projeto social do Governo do Estado que atende jovens de 14 a 24 anos. Os 13 mil metros quadrados geraram uma economia de R$ 156 mil ao Governo do Estado.

Etapas da obra
O projeto de modernização contempla três fases. A primeira, começada no início de 2010 e já concluída (8 de julho), buscou corrigir problemas nas estruturas de sustentação do Mineirão. Na segunda fase, em andamento e com previsão de conclusão em dezembro deste ano, acontece a demolição de parte da arquibancada inferior, a extinção da geral e o rebaixamento do gramado.
Na terceira e última etapa, que deve ser iniciada no início de 2011, serão realizadas as demais intervenções – a cobertura adicional das arquibancadas; a esplanada no entorno do Mineirão, onde funcionarão o estacionamento coberto e área de serviço, com a abertura de lojas e restaurantes; a passarela ligando o Mineirão ao Mineirinho; entre outras. De acordo com o cronograma da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), o Mineirão será reinaugurado no início de 2013.

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