A participação da classe C no consumo brasileiro atingiu uma fatia de 49% no ano passado, o que representou um avanço de quatro pontos porcentuais em relação ao desempenho de 2008. Já entre as classes A e B houve uma alta de 15% para 16% na participação, enquanto as classes D e E recuaram de 40% para 35%. Os dados fazem parte da quinta edição do Observador Brasil, levantamento realizado e divulgado nesta terça-feira (6), pela Cetelem, financeira do banco BNP Paribas, em parceria com a Ipsos.
De acordo com o levantamento, 92,8 milhões de brasileiros encontravam-se na classe C no ano passado, ante 84,6 milhões de 2008. Nos últimos cinco anos, a classe C ganhou cerca de 30 milhões de consumidores, enquanto as classes D e E perderam 27 milhões, afirma o estudo. Nos últimos cinco anos, a classe C apresentou um crescimento de 15 pontos porcentuais em sua fatia, enquanto as D e E decresceram 16 pontos. Já as A e B permaneceram praticamente estáveis ao longo dos últimos cinco anos.
Segundo o estudo, em 2009, a renda média mensal das famílias brasileiras alcançou o recorde de R$ 1.285, alavancada principalmente pelo aumento da renda das classes C, D e E. Apesar de a renda disponível ter apresentado uma pequena retração em todas as classes no ano passado, em razão dos efeitos da crise financeira internacional, nos últimos cinco anos o destaque é a contínua evolução da renda disponível às classes D e E, avalia o estudo.
No caso das classes D e E, a renda disponível para o consumo – calculada subtraindo o rendimento total dos gastos e investimentos – saiu de um saldo negativo de R$ 17, em 2005, para um positivo de R$ 61 no ano passado. Já entre a C, na mesma comparação, houve um salto de R$ 122 para R$ 204. O gasto total das famílias no ano passado, de R$ 1.066,25, foi o maior desde 2005, ante R$ 970 de 2008.
Conforme a pesquisa, no ano passado o brasileiro poupou mais, sendo que os recursos destinados a aplicações, poupança e investimentos alcançaram R$ 535,31, R$ 220 a mais que em 2008. Sobre as intenções para os próximos 12 meses, 76% dos entrevistados afirmaram que pretendem aumentar as economias.
O levantamento constatou também que os brasileiros tiveram uma sobra média de R$ 138,16 na renda ao final do mês ao longo de 2009, valor superior ao observado em 2008, de R$ 108,25. Quando comparado ao montante de 2005, de R$ 67,30, essa quantia praticamente dobrou, destacou o estudo.
Na comparação com outros 13 países, nos quais a Cetelem aplica o estudo, numa escala de zero a 10, o Brasil foi o mais bem avaliado, com nota 6,24. Esta é a melhor avaliação do Brasil desde 2005, ano em que a pesquisa começou a ser realizada no País, acrescentou o levantamento. A pesquisa contabilizou em sua amostragem 1,5 mil entrevistas domiciliares em 70 cidades, sendo nove regiões metropolitanas. A coleta da pesquisa aconteceu entre 18 e 29 de dezembro do ano passado.

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