O retorno a um curso de qualificação profissional bem estruturado, oferecido por instituições reconhecidas e associado àquelas funções mais procuradas pelas empresas, pode ser melhor que o esperado pelo candidato em busca de emprego na Grande Belo Horizonte se ele tiver a formação escolar exigida no processo de seleção. Significa perspectiva de ganhos maiores e permanência no cargo, conforme estudo especial apresentado na quarta-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fundação João Pinheiro e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social. O salário oferecido pelo trabalhador que concluiu cursos específicos de capacitação na função pretendida, que tem conhecimentos de informática ou de língua estrangeira é 22,9% maior que a média, incluídas todas as exigências ao cargo.
Se o pretendente à vaga se enquadra no quesito da escolaridade, não só a renda cresce, ficando 10,3% acima da média, como o tempo de permanência será superior, alcançando 66 semanas (um ano e três meses), quatro semanas a mais que a média. O levantamento inédito foi feito pelo economista Mário Rodarte, do Dieese, com base em dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego, de maio a outubro do ano passado. Descontada à inflação, o rendimento médio somou R$ 1.273 no período, enquanto para quem tinha qualificação especifica a renda subia para R$ 1.565 por mês.
Os trabalhadores das famílias mais pobres que não se qualificaram alegaram falta de recursos e os das famílias mais abastadas, falta de tempo, afirma Rodarte. O estudo mostrou que 1,04 milhão de pessoas passaram por algum tipo de qualificação nos últimos três anos, 27,3% de quem tinha, à época, mais de 14 anos de idade na Região Metropolitana de BH. Desse universo, 914,8 mil haviam concluído o curso no momento da pesquisa e só 16,3%, na média, informaram ter conquistado ou mudado de emprego.
Por trás dos números, a realidade é dura para os candidatos, já que 57% das pessoas empregadas na grande BH enfrentaram a exigência de escolaridade, mais do dobro dos 25,6% que tiveram de comprovar alguma qualificação. O estudante de gastronomia Luiz Friche Passos, de 46 anos, aliou os dois quesitos, ao decidir abandonar o trabalho anterior como professor de educação física. Com mais um curso de nível superior, de gastronomia, agora se especializa no dia a dia da culinária. A escolaridade sempre faz diferença, mas sem a prática profissional eu não conseguiria trabalho, afirma.
Concursos públicos
O Ministério do Planejamento autorizou a abertura de 376 novas vagas divididas entre o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A maioria das vagas (250) é destinada ao cargo de perito médico previdenciário do INSS. O salário não foi divulgado, mas, segundo tabela de remuneração dos servidores públicos federais de 2008, o ganho inicial para o cargo varia de R$ 3.729,66, para a jornada de trabalho de 20 horas, a R$ 7.032,08, para 40 horas.
O órgão terá seis meses para publicação do edital. As 126 oportunidades restantes são para vagas temporárias no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), Centro de Rastreio e Controle de Satélites (CRC) e Laboratório de Combustão e Propulsão (LCP) do INPE. Os contratos terão duração de um ano.

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