O povo brasileiro é realmente criativo, muito embora, em determinadas regiões, o externar esta criatividade, isso implique em coragem para sair do comodismo ou até mesmo para enfrentar as perseguições e outros atos lesivos a que se submetem em nome da liberdade democrática – (aqui incluída a indispensável e salutar, de imprensa, ao menos de parte dela), se atrevem a tal.

Daí, do Palácio da Alvorada às sedes governamentais das administrações municipais, o que se tem visto é os governantes se afastando, cada dia mais, do indispensável convívio com o povo.

Dona Dilma, como exemplo, ao sair pedalando sua bike está sempre cercada (acompanhada) por oito a doze “armários” que impedem até mesmo que seus fiéis seguidores, aqueles de camisa vermelha e de boné, em carreira solo ou em claque paga pelos cofres públicos, a se postarem numa esquina previamente combinada com a turma da TV oficial, gritando vivas e acenando à chefa (se presidentA é vocábulo aceito, chefA também deve sê-lo) para que o Brasil de norte a sul, antes do jornal das oito, saiba que a popularidade da moça está em alta, ao contrário do que nos mostram as pesquisas.

E ela, que não pode mais sequer chegar perto dos que a elegeram, via TV ou programas de rádio, acaba recitando aquela quantidade de ininteligíveis palavras, como só ela sabe fazer, enquanto o povão, das “zelites às crasses ascendentes”, como costuma dizer seu padrinho político, bate panelas, Brasil afora, em sinal de protesto.

Aqui na terrinha, convenhamos, a coisa tem funcionado nos mesmos moldes. Nosso alcaide, homem popular e que chegou ao cargo que atualmente ocupa, após um longo vestibular de mais de 30 anos no Legislativo, faz muito tempo, não é visto nas ruas, no meio do povão que todo mundo sabe, gostaria de saudá-lo num encontro cara a cara.

Nas poucas vezes que ele transita pelo Centro, o faz no interior de seu veículo oficial, com aqueles vidros escuros a esconder seu sorriso fácil e acenos de mão. Por que será?

Como explicar para o povo por quais razões ele não pintou lá no Festival da Linguiça?  Como é que um prefeito, popular, que está administrando a cidade com tanto carinho e empenho, apesar das dificuldades financeiras pelas quais passa esta e como de resto, muitas outras cidades, ali não esteve na abertura, durante o evento ou no seu encerramento?  E por que será (e aqui grifamos a pergunta), que o locutor oficial, por algumas vezes durante aquele evento, agradeceu a presença dele (do prefeito) por lá? Desrespeito e estratégia de marketing que a nosso ver funcionou ao contrário!

Pois bem, retornando ao tema, falas públicas de homens públicos através dos meios de comunicação – rádio e TV -, ao menos para alguns, acreditamos, esta prática vem se transformando num instrumento de pouca credibilidade. Não em razão dos veículos que os acolhem, mas, muito mais, pelo conteúdo de suas falas que não têm, ao que se sabe, convencido telespectadores ou ouvintes. Melhor seria que eles, os políticos, nessas oportunidades, apresentassem não só promessas e desculpas ou denúncias vazias, que, mais cedo ou mais tarde, nas vias normais ou nas judiciais, os fará cair na real. Ameaças, ainda que veladas, não cabem mais no país que já se acostumou à democracia. Nem sempre o ataque é a melhor defesa e os panelaços tão criticados pela nossa presidenta e sua competente equipe, de repente, podem também ocorrer em horários outros e em cidades em que, a exemplo desta, não faz muito tempo, milhares de pessoas saíram às ruas, demonstrando descontentamento contra a terceirização de nosso governo.

Defender medidas que resultem na melhoria da arrecadação é dever e obrigação de qualquer administrador público, assim como, defender o bolso dos contribuintes e a legalidade dos instrumentos dos quais os administradores públicos se valem para perseguir tal intento, é dever do Legislativo e da imprensa. No caso em pauta e que fez com que nosso prefeito viesse à “rádia”, a turma da Câmara falhou redondamente ao aprovar aquela aberração. Assim sendo, coube a nós, enquanto imprensa, encarar de frente a missão de tentar amenizar o ‘prejú’ da população. Aliás, conforme ficou claro, em especial aos que aqui investiram e que são atualmente tratados e encarados como sendo especuladores, grileiros, sonegadores, etc., e que devem estar estupefatos com o que hoje ouviram, o arrependimento da escolha errada deve azucrinar suas mentes.

Segundo palavras de nosso Robin Hood, ele veio para tirar de quem tem muito e distribuir para os que nada têm.  Está gravado lá.

De nossa parte, damos a maior força ao homem, em especial se a grana a ser apurada, vier a ser reinvestida em saúde, educação e, como não podia deixar de ser, na iluminação pública daqueles locais hoje taxados por um serviço que nem de longe lhes é prestado.

 

 

COMPATILHAR: