O medo de contágio de febre amarela por moradores de diversos municípios do país, principalmente nos que se localizam próximos às áreas com surto da doença, tem acarretado em uma grande mortandade de macacos, vítimas como os humanos da febre amarela.

O Rio de Janeiro é o estado que mais tem registrado ocorrências de barbaridades contra os primatas. O Estado contabiliza 131 macacos mortos desde o início do ano. Desse total, 69% têm sinais de agressão humana.

Os macacos mortos no Rio estão sendo levados ao Instituto Jorge Vaitsman, o órgão municipal responsável pela necropsia dos animais, e os resultados dos exames são assustadores. Há casos de espancamento com múltiplas fraturas, de animais com vísceras estouradas por conta de chutes, casos de envenenamento causados pela ingestão de chumbinho disfarçado em bananas, dentre outros.

Segundo os especialistas do laboratório de veterinária do Rio, os primatas que vivem nas copas das árvores, os bugios, são as maiores vítimas. É nesse ambiente que os mosquitos procuram se alimentar e na falta de macacos eles circulam mais baixo e até nas bordas das matas onde picam o homem. “O macaco é o animal sentinela com relação ao vírus, especialmente o bugio. São os animais mais sensíveis ao vírus da febre amarela”, diz uma pesquisadora.

Dois tipos de mosquito transmitem a febre amarela silvestre: o haemagogus e o sabethes. Dez por cento desses mosquitos já podem nascer infectados com a febre amarela. O macaco não transmite a doença.

“Para perpetuar esse vírus na natureza, não demanda macacos necessariamente. Eu posso ter ausência de macacos e o vírus continuar a circular no mosquito e eventualmente picando os seres humanos. Se os macacos morrerem, essa fêmea [do mosquito] vai se perpetuar sugando o sangue de outros mamíferos. Se não tiver macacos, quem vai entrar nesse ciclo de nutrição do mosquito somos nós”, diz o infectologista Edmílson Migowski.

Em Minas Gerais

Minas Gerais também contabiliza morte de macacos. Na região do Vale do Aço, por exemplo, primatas têm aparecido mortos em várias áreas e a suspeita é de que seja uma ação humana e não do vírus da febre amarela.

Na Zona da Mata Mineira, a Polícia Militar de Meio Ambiente lançou uma campanha de conscientização voltada para a população, tanto urbana quanto rural para se evitar a morte de macacos.

 

Fonte: Com portais de notícias ||

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