A experiência de mais de 20 anos no serviço público é a principal marca do novo governador de Minas. O economista Fernando Damata Pimentel, 63, nasceu em Belo Horizonte e atuou por quase 15 anos na prefeitura da capital, período em que ocupou os cargos de secretário de Fazenda, Governo e Planejamento; vice-prefeito; e, por último, em 2005, com mais de dois terços dos votos válidos, prefeito. Nesse período, o petista conquistou um reconhecimento buscado por quem é do meio público: a alcunha de ?prefeito bom de serviço?.

O privilégio talvez possa ser explicado por algumas das medidas adotadas no período em que esteve à frente da gestão no município. Além de ações populares, como o Orçamento Participativo (OP) ? programa em que a população pode definir a aplicação de parte dos recursos da prefeitura ?, e o Vila Viva ? projeto de habitação para famílias de baixa renda ?, Pimentel explorou sua experiência na economia para buscar um controle das contas públicas, fato citado por ele como um ?desafio?.

O papel gerencial desempenhado por Pimentel desde 2001 e encerrado em 2008, com o fim de seu mandato na prefeitura, deu espaço ao articulador político. O petista protagonizou uma aliança controversa com o PSDB, tendo a participação direta do hoje presidenciável e rival senador Aécio Neves em torno da eleição de Marcio Lacerda (PSB). ?Os dois partidos que têm mais capacidade de gerir um projeto são PT e PSDB. Eles não são inimigos viscerais?, declarou, em dezembro de 2008, após deixar o Executivo. Apesar das críticas, ainda recorrentes hoje, o PT permaneceu na aliança com o PSB e o PSDB, na Prefeitura de Belo Horizonte, até 2012.

Rumo
Depois de mais de uma década no Executivo, o gosto de Pimentel pela vida pública se manteve, mas o projeto era seguir outros caminhos. Dois anos depois de encerrar o mandato como prefeito, em 2010, ele buscou o Legislativo ao se candidatar ao Senado. A tentativa foi frustrada, e Pimentel acabou derrotado pelo então aliado Aécio Neves.

Com o insucesso do PT também na disputa pelo governo de Minas no mesmo ano, ainda em 2010 o partido traçou a nova estratégia para vencer quatro anos depois. O fundador da sigla no Estado foi convidado pela amiga e colega de militância Dilma Rousseff a compor seu governo como ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Diferentemente da prática petista de outros anos, começava ali a preparação do nome escolhido pelo PT para disputar e romper com 12 anos de hegemonia do PSDB no segundo maior colégio eleitoral do país e reduto do adversário do partido na Presidência Aécio Neves.

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