Diante do alerta epidemiológico emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no último mês em função dos surtos de varíola dos macacos no mundo, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) criou um protocolo clínico emergencial com orientações aos profissionais de saúde sobre prevenção e controle do vírus da família ortopoxvírus, causador da doença.

O documento traz informações necessárias para assistência segura do paciente suspeito ou confirmado de infecção por essa varíola. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), o documento foi criado com base em evidências atualizadas.

O protocolo traz ainda orientações sobre utilização de equipamentos de proteção individual e descarte de resíduos contaminados nos ambientes hospitalares.

A Fhemig orienta para identificação de casos potenciais da doença, especialmente em pessoas que estejam retornando de viagem internacional e que apresentem lesões na pele, características da doença, linfonodos aumentados e que não tenham histórico de contato com outros indivíduos que tiveram catapora.

Para o secretário estadual de saúde e ex-presidente da Fhemig, Fábio Baccheretti, o protocolo é fundamental para o reconhecimento precoce dos pacientes suspeitos e também para ações de vigilância sanitária por parte do governo estadual.

Sintomas
De acordo com o documento, além da manifestação de erupção cutânea inexplicável, o paciente com varíola dos macacos pode apresentar algum dos seguintes sintomas:

  • Dor nas costas
  • Fraqueza e fadiga
  • Cefaleia
  • Febre acima dos 38,5º C, de início súbito

Além disso, há inchaço dos nódulos linfáticos e aparecimento das erupções na pele, que podem se iniciar como manchas vermelhas e sem volume, depois crescerem para bolhas e, finalmente, formarem cascas.

Caso provável 
Os casos considerados prováveis pelo protocolo, além de apresentarem os sintomas já relacionados, devem considerar um ou mais dos seguintes critérios:

  • Contato próximo, sem proteção respiratória
  • Contato físico direto, incluindo sexual
  • Contato com materiais contaminados, como roupas ou lençóis
  • Com um caso provável ou confirmado de varíola dos macacos nos 21 dias anteriores ao início dos sintomas
  • Histórico de viagem para um país endêmico da doença nos 21 dias anteriores ao início dos sintomas

Diagnóstico e casos confirmados
A confirmação diagnóstica se dá por testes moleculares, do tipo PCR, que detectam características específicas do vírus ortopoxvírus em amostras de pacientes suspeitos.

Tratamento
De acordo com a Fhemig, não existem tratamentos específicos para a doença. Os sintomas tendem a desaparecer naturalmente após cerca de duas semanas. Pacientes com a varíola dos macacos podem exigir cuidados especiais ou de suporte para prevenir e/ou controlar a doença e complicações graves.

É importante tratar a erupção cutânea deixando-a secar ou cobrindo-a com curativo úmido para proteger a área, se necessário. Deve-se orientar o paciente a evitar tocar nas feridas, na boca ou nos olhos.

Sobre a doença
A varíola dos macacos é uma zoonose, normalmente relacionada a viagens para regiões da África, onde a doença é endêmica.

A transmissão para humanos ocorre, principalmente, por meio de contato direto ou indireto por sangue, fluidos corporais, lesões de pele ou mucosa de animais infectados.

Até 26 de maio de 2022, a OMS notificou 257 casos confirmados laboratorialmente e 120 suspeitos em 23 países fora da área endêmica (dois países na América do Sul, dois na América do Norte, dois no Oriente Médio, um na África Oriental, quinze países europeus e um na Oceania).

 

 

Fonte: Hoje em Dia

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