O formiguense Eduardo Batista fez uso da ?Tribuna do Povo? durante reunião do Legislativo na segunda-feira (31). Ele falou sobre o ocorrido com seu filho, um jovem de 26 anos, durante o atendimento no Pronto Atendimento Municipal de Formiga (PAM), há dias atrás.
?Por muito pouco, por negligência, meu filho quase foi a óbito, ao receber uma dose de um medicamento no qual ele é alérgico. Eu e minha esposa chegamos ao PAM, com nosso filho, de 26 anos, por volta das 20h30, com inflamação de garganta e ele só foi atendido à meia-noite?.
Eduardo Batista relatou que o médico estava dormindo antes de atender o jovem. ?Em que condições esse profissional, saindo de um sono,vai atender um paciente?Ele disse que meu filho estava com a garganta muito inflamada e que poderia receitar uma injeção ou comprimido. Meu filho optou pela injeção, para que curasse mais rápido. Ele disse que achava que era alérgico àquele tipo de medicamento. O médico respondeu a ele que isso era uma coisa muito rara. Em 42 milhões de pessoas, duas são alérgicas, e uma delas é meu filho?.
Para Eduardo, a prática existente na cidade que obriga alguns médicos a permanecerem continuadamente de plantão, pode ser a grande responsável pelo ocorrido.
O denunciante relatou também que a chefe de enfermagem explicou-lhe que atualmente, no Brasil, não se faz mais testes, de acordo com recomendação da Anvisa.?Não deu outra. Meu filho caiu no corredor e já ficamos desesperados. Porque o médico não perguntou pra nós se meu filho poderia ser alérgico? Ele ficava dando tapinhas nas costas do meu filho. Eles ficaram todos apavorados. O médico sabia que estávamos lá fora esperando. Poderíamos estar agora chorando a ausência dele. Como ficamos nós nessa situação??.
O formiguense continuou:?Não hidrataram o menino hora nenhuma. Aferiram a pressão dele e falaram que poderíamos ir embora, que já estava ótimo. Fomos embora, e no caminho tivemos que voltar, a pressão dele foi a 7 por 6?, disse.
Na opinião de Eduardo, a saúde tem muito dinheiro sim e só não fazem melhor saúde porque os políticos são negligentes e falsos com a população. ?A saúde em Formiga está morta. As pessoas que governam essa cidade não têm nenhum compromisso com a saúde?.
Na Secretaria de Saúde
Em relação às declarações, a direção do Pronto-Atendimento Municipal (PAM) tem a esclarecer que:
1) Em momento algum antes de tomar a medicação, o paciente ou a família do paciente deu qualquer informação à respeito de alergia. Tal informação só surgiu após a aplicação. Ainda assim, os sinais e os sintomas apresentados pelo paciente nada tiveram a ver com reação alérgica. Os sintomas clássicos dessa reação são principalmente: edema de glote, dispneia, taquicardia, erupções cutâneas e prurido (coceira). Os sintomas apresentados pelo paciente foram: hipotensão (baixa pressão arterial) e rigidez corporal. Um fator que foi relatado pela família e que pode ter contribuído para essa situação é que o paciente já estaria há horas sem alimentação.
2) Em momento algum, o paciente ficou desassistido. Pelo contrário. Tendo em vista seu quadro, ele teve atenção especial por parte da equipe de enfermagem e do médico de plantão. O prontuário atesta que o médico fez, pelo menos, quatro avaliações do paciente.
3) Uma reclamação oficial, por escrito, à Ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde já havia sido feita pelo senhor Eduardo Batista havia mais de 15 dias e uma apuração já está em andamento.
4) A respeito de um possível teste para alergia a benzetacil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aboliu essa prática das unidades de saúde de todo o país. A agência concluiu que, tanto com o teste quanto com o medicamento, o paciente corre o mesmo risco de desenvolver uma reação alérgica. Nesses casos, o recomendável é a família ou o paciente sempre informarem ao profissional de saúde sobre possíveis alergias. A lei garante ainda ao paciente o direito de se negar a receber a medicação.
5) A direção do PAM já prestou esclarecimentos à família e ressalta que toda a equipe tem se esforçado ao máximo para prestar o melhor atendimento possível aos formiguenses, a despeito de todas as dificuldades enfrentadas na saúde em todo o país, e não apenas em Formiga. A direção se coloca ainda à disposição da família para prestar mais esclarecimentos caso ainda reste alguma dúvida sobre essa situação.

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