Quem há tempos vem acompanhando a “legítima” enxurrada de questionamentos (pedidos de informações) oriundos do Legislativo e encaminhados diariamente, aos vários setores da administração pública municipal, certamente, percebeu que, nem sempre as respostas procuradas chegavam aos indagadores dentro do prazo que eles, entendiam como razoável.

Há duas semanas, quem acompanha de perto as pautas das reuniões semanais do Legislativo percebeu que, de uma só vez, pouco mais de 80 ofícios foram encaminhados àquele poder, tratando de assuntos da mais variada gama e que, certamente, exigiu esforço e critério para após análises, exames de providências tomadas ou não, justificar, quem sabe, algum atraso no atendimento de demandas.

Ocorre que, sendo o Legislativo composto por 10 edis, todos assessorados por competente equipe às suas disposições, eles dispõem de tempo e condições para no exercício legítimo de suas funções, cobrarem do Executivo o andamento ou não das providências que, no entender deles, poderiam ser tomadas nas mais diversas áreas de atendimento dos interesses do cidadão, objeto final e razão da existência de todo e qualquer governo.

Ora, se cada secretaria, umas mais outras menos, receber duas, três ou mais solicitações dos vereadores é fácil imaginarmos que, nem todos os ofícios, serão, a tempo e à hora, respondidos, por razões mais que conhecidas por ambas as partes. E, some-se a estas, as solicitações, (indagações) verbais, também produzidas em grande número.

Mas, o principal motivo desta observação jornalística, que não tem a conotação de crítica a quem quer que seja,  é o de concordar, mais uma vez, com as palavras do “decano” Juarez Carvalho, que na reunião desta semana veio em defesa do prefeito Eugênio Vilela e de seu Chefe de Gabinete, Marden Lima, elogiando a tacada de mestre por eles dada, ao  adotarem providência simples que, provavelmente, atenderá os interesses de “gregos e troianos” nesta guerrinha de informação, ou da falta dela, que vinha se perpetuando na administração pública por décadas.  Assim sendo, a falta ou o atraso na resposta de um secretário ou de um subalterno hierárquico era debitada na conta do prefeito, sendo registrada na rubrica da “incompetência”.

Agora, se as solicitações transitarem pelo Gabinete, ao invés de se dispersarem pelas muitas secretarias demandadas, obviamente, o Gabinete terá condições de cobrar urgência nas respostas de seus subordinados e, mais que isto, o prefeito terá condições de melhor aquilatar as eventuais falhas que esta ou aquela secretaria esteja cometendo, ainda que sob a ótica do poder fiscalizador, o Legislativo.

A providência administrativa agora adotada pelo Gabinete, certamente será bem aceita pelo Legislativo que, se assim o quiser, pode também se dirigir diretamente aos destinatários dos questionamentos, mas, neste caso, sem o apoio da cobrança fiscalizatória do Gabinete que tem e terá sempre o maior interesse em fazer com que as respostas, e mais que isto, as providências solicitadas sejam aviadas e devolvidas com as justificativas, se estas existirem, em tempo hábil e no mínimo razoável.

O chefe de Gabinete, com a adoção desta medida, trás para si, como administrador diretamente ligado ao prefeito, a quem cabe a missão de governar, a possibilidade de coordenar, organizando de forma metódica, estruturada e ordenada a tarefa de analisar e responder os questionamentos e/ou demandas dos vereadores e, com tudo sob seu controle, se preciso for, submetê-las a exame e sob vigilância e fiscalização, monitorar tudo, com o fito de melhor atender o que lhe for demandado pelo Legislativo que filtra parte das reivindicações populares a ele dirigidas.

Administrar, coordenar e controlar, nos parecem ser os três verbos que se bem aplicados, nesta nova metodologia posta em prática, farão com que, a população formiguense, ao final, venha a ser bem atendida, o que, ao final das contas, é o desejo e a razão de existirem ambos os poderes, que devem funcionar de forma harmônica, democrática e com independência, conforme preceitua a Constituição.

Considerando a “experiência”, a sensatez e o conhecimento de causa do vereador Juarez que avalizou, aprovou e elogiou esta nova forma de agir no trato da questão, isto nos faz pensar que a dupla de administradores Eugênio Vilela/Marden Lima, em nome da preservação da harmonia entre os poderes e procurando melhor se inteirar de tudo, ao inovarem com a medida adotada, pode sim, ter marcado um golaço!

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