Membros da Secretaria de Saúde e da Santa Casa se reuniram com a imprensa e alguns vereadores, na tarde desta sexta-feira (28), para debater assuntos relacionados aos problemas na área da saúde em Formiga.
Participaram do encontro, a secretária de Saúde, Maria Inês Macedo, a adjunta de Saúde, Mayara de Freitas, a responsável pela parte jurídica da pasta, Sandra Micheline, Ana Dalva Costa, que é membro do Conselho Municipal de Saúde, Rita Salazar, ouvidora da Secretaria e a coordenadora de Atenção Primária, Berenice Penha, o provedor da Santa Casa, Geraldo Couto. Dos vereadores, estiveram presente Juarez Carvalho, Zezinho Gaiola, Evandro Donizeth (Piruca) e Josino Bernardes.
Geraldo Couto falou sobre a Santa Casa e assim como o delegado do Conselho Regional de Medicina, Dr. Carlos Eduardo Senne de Moraes expôs na Câmara, na semana passada, a realidade é que está faltando médicos especialistas para oferecer um atendimento de melhor qualidade para a população. ?Falta profissionais no hospital, como pediatra, cardiologista, ortopedistas e cirurgião. A Santa Casa cresceu muito, não temos profissionais suficientes para atender a demanda, temos apenas 4 ortopedistas e outros 3 que não fazem plantão. Na obstetrícia, teremos mais 3 profissionais a partir de fevereiro. Até lá, nos deparamos com soluções temporárias, mas que não resolvem a situação?.
O provedor da Santa Casa falou ainda sobre a busca de recursos no estado e na União, da dificuldade de trazer profissionais para Formiga e da falta de leitos adultos no hospital. ?Além de não ter esses leitos, é preciso aumentar o número de profissionais, o custo de um especialista é de R$79 mil por mês. Alguns hospitais da região estão endividados e não conseguem manter esses profissionais. Além do mais, a região macro-oeste conta com 1.928 leitos para 1.218.000 pacientes, o que não é suficiente?, explicou.
Questionados [Secretaria de Saúde e Santa Casa] sobre o não comparecimento na Câmara, já que foram convidados por duas vezes a prestarem esclarecimentos, Geraldo Couto salientou que o motivo é a forma que o assunto tem sido abordado pela Câmara [vereadores de oposição]. ?O assunto já tomou determinadas conotações e até com agressividade. Não é uma omissão, é preciso ter uma ordem. Eu já levei os assuntos para a mesa diretora da Câmara e podemos sim marcar uma data, mas de uma forma que não agrida a cidade. Não pode haver um linchamento público perante a situação que estamos passando?.
A secretária Maria Inês explicou que não compareceu a Câmara devido a ?agressividade? com que os vereadores de oposição estão tratando a situação. ?Nós da Secretaria de Saúde nunca apresentamos oposição em ir à Câmara Municipal, nós temos esta obrigatoriedade frente à sociedade, mas a forma como se tem abordado as coisas na Câmara, transcende a questão de reivindicação de controle social, ela tem tomado conotações muito mais voltadas para questões pessoais. Houve uma distorção da situação o que levou a sociedade a agir de forma agressiva perante tudo isso?.
De acordo com Ana Dalva Costa, membro do Conselho Municipal de Saúde, ela foi uma das pessoas que aconselhou a secretária a não comparecer nas reuniões do Legislativo, para dar explicações, pois para ela a posição dos vereadores também é pessoal e partidária. ?O local não é lugar de mulher séria comparecer. Não é um ambiente saudável, Maria Inês seria ?apedrejada? pelos vereadores que estão querendo apenas defender seus interesses?.
O provedor disse também que a falta de recursos para a saúde em geral é preocupante. ?A saúde está crítica, pois não temos orçamento. Até março é certeza de não termos dinheiro, pelo fato da transição do governo?. Sobre a morte do Jovem Junio César Rocha, vítima do acidente ocorrido no dia 8, na BR-354, Geraldo Couto declarou que situações como esta poderão se repetir na cidade. ?Estamos vivendo uma situação difícil, em um estado de guerra, eu não tenho leitos disponíveis para internações e nem profissionais suficientes para atender as urgências e emergências que chegam na Santa Casa?.
Maria Inês falou sobre a prestação de serviços à população e que a saúde deve ser primordial. Ela explicou ainda sobre os convênios com a Santa casa de Caridade, tanto com plantonistas quanto com especialistas. ?A Santa Casa é fundamental para a saúde em Formiga e nossa relação com ela deve ser fortalecida. Já chegamos a fazer várias notificações ao hospital, em relação à prestação de serviços?.
Indagada sobre a inauguração da UPA, que já foi adiada por várias vezes, Maria Inês explicou que ?mais de 60% dos equipamentos já estão comprados e a previsão é de que a inauguração ocorra no final de janeiro ou início de fevereiro do ano que vem?. Em outro questionamento, se a Santa Casa seria a prestadora dos serviços para a nova unidade, a secretária disse que está sendo feita uma negociação, um planejamento referente ao convênio. ?Estamos em processo de planejamento, negociação e estudos, mas a Santa Casa é sim uma das possíveis empresas a prestar o atendimento da UPA?. De acordo com ela, a implantação do Samu também deve ocorrer neste mesmo período.

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