A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) está em estado de alerta para evitar o aumento no número de casos de H1N1. Até o dia 27 de março foram confirmados 32 casos da doença, sendo duas mortes. Os dois óbitos ocorreram em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia, onde houve surto da doença no Hospital Vila São Cottolengo.

“Goiás está em estado de alerta para tentar evitar uma epidemia. Foram feitas reuniões e capacitações para reforçar as ações e tentar evitar o alastramento de casos de influenza A”, disse a médica da Área Técnica de Influenza da SES-GO, Samanta Furtado.

No domingo (1°) o médico pediatra Luiz Sérgio de Aquino Moura morreu com suspeita de H1N1, em Goiânia, segundo a família. Ele trabalhava em hospitais da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e era autoridade sanitária do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Os parentes acreditam que ele pode ter se contaminado por causa do contato com pacientes sem equipamento de proteção. Se for confirmada a morte dele por H1N1, será a terceira causada pela doença em Goiás neste ano.

De acordo com a SES-GO, Goiânia é a cidade com mais registros de H1N1. Ao todo, sete cidades tiveram casos de influenza A:

  • Goiânia – 14 casos
  • Trindade -10 casos
  • Aparecida de Goiânia – 3 casos
  • Jaupaci – 2 casos
  • Anápolis – 1 caso
  • Caturaí – 1 caso
  • Hidrolândia – 1 caso

A secretaria analisa outros 77 casos suspeitos de H1N1. Também estão em investigação quatro mortes.

Em 2017 não houve mortes causadas em virtude do vírus. No entanto, um caso foi confirmado e outros dois seguem em análise pelo órgão. Já em 2016, 90 pessoas morreram por causa da doença.

Influenza A

A médica explica que há dois tipos em circulação de influenza A: o H3N2 e o H1N1. Apesar de serem parecidos, o segundo é o que traz mais preocupação para a equipe.

“Não tem diferença nos sintomas. Nosso receio maior é do H1N1 porque está mais recente em circulação. O H3N2 tem mais tempo em circulação e, desde 78, não tem grandes mutações”, explicou Samanta.

Medicamentos

A coordenadora do Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica da SES-GO, Viviane Troncha, explicou que todos os municípios goianos possuem a medicação necessária para o tratamento da doença.

“O estado possui estoque de medicamentos para ser distribuído para a população goiana. Ele deverá ser prescrito por médico para avaliar se há a necessidade ou não do medicamento”, explicou.

Segundo Viviane, mesmo quem busca atendimento em unidades particulares pode pegar o remédio na rede pública. “Quem é atendido no setor privado poderá adquirir ou ir a uma unidade pública com a receita do medicamento e pedi-lo”, afirmou.

Surto na Vila São Cottolengo

A instituição filantrópica teve, em 20 dias, 57 pacientes apresentando febre, mal-estar e problemas respiratórios. Dez pacientes morreram, sendo que a última morte ocorreu no sábado (24).

De acordo com a Vila São Cottolengo, sete mortes ocorreram em uma semana, sendo que cinco foram motivadas por pneumonia e duas por fecaloma, que se trata de uma complicação do aparelho digestivo, mas todas com resultado negativo pra H1N1. Dois pacientes que morreram depois foram diagnosticados com H1N1. Já a 10ª morte ainda está em investigação.

De acordo com a gerente substituta da Gerência de Imunização do Estado, Joice Dorneles, o surto é localizado e não deve gerar preocupação da população. “O surto, ele é localizado na Vila São Cottolengo, não há motivos pra pânico, mas temos que ficar sempre em alerta”, afirmou.

Vacinação

Como medida de precaução, os 365 internos e funcionários da instituição tomaram o Tamiflu, medicamento usado no tratamento de H1N1. Além disto, eles receberam vacina contra pneumonia e foram revacinados contra o vírus influenza A.

A secretaria tinha solicitado junto ao Ministério da Saúde a antecipação da campanha de vacinação deste ano, prevista para abril. O pedido foi negado, e a pasta disse que a alternativa foi utilizar doses de 2017, que integravam uma reserva técnica da secretaria.

Por e-mail, o Ministério da Saúde disse que recomenda, “como medida de caráter excepcional e exclusiva a pacientes e funcionários da instituição filantrópica Vila São Cottolengo”, a revacinação contra influenza com a composição de 2017.

Números nacionais

Até o dia 15 de março foram registrados no Brasil 105 casos de Influenza, que são tipos de gripes mais fortes. Outros 472 estão sendo investigados. Segundo o Ministério da Saúde, Goiás era, até então, o estado comais casos registrados, seguido pela Bahia e São Paulo.

A campanha de vacinação contra o vírus influenza será realizada nacionalmente entre os dias 16 abril e 25 de maio. Joice diz que os pacientes e servidores da Vila São Cottolengo receberão a dose mais atual. Para a campanha deste ano, está previsto que Goiás receba 1,5 milhão de doses.

O Ministério da Saúde disse ainda que os pacientes e funcionários da Vila São Cottolengo que receberem a vacina com composição de 2017 deverão ser vacinados novamente durante a campanha de 2018. Entre as doses, deve ser respeitado o intervalo mínimo de 30 dias.

 

Fonte: G1 ||

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