O aumento de 44,6% das mortes causadas pelo vírus influenza em Minas em apenas uma semana levou o estado a tomar mais uma medida de emergência para tentar conter a gripe. Médicos e outros profissionais da saúde de todos os 853 municípios foram convocados para uma videoaula especial . A transmissão será hoje à tarde pela TV corporativa do estado, o Canal Minas Saúde, quando eles serão orientados sobre o manejo clínico da doença. ?A meta é propor um alinhamento de ações baseado no protocolo de tratamento da gripe, além de mobilizar a população em torno da prevenção da doença?, informou a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Sexta-feira passada, a SES já havia registrado 81 mortes, enquanto na semana anterior foram 56. As vítimas deste ano já superam os números do ano passado, quando foram confirmados 189 casos e 47 mortes. Em 2013, já são 364 casos de síndrome respiratória grave causada pela Influenza. Das 81mortes, 67 foram causadas pelo vírus A H1N1, duas pelo Influenza B, cinco pelo Influenza A H3 sazonal e sete pelo vírus da Influenza não classificado. Segundo a SES, não são todos os médicos que sabem lidar com a gripe A H1N1 e podem avaliá-la como um simples resfriado. O diagnóstico tardio e a medicação que não é feita nas primeiras 48 horas, como recomendado por meio do Tamiflu, são causas frequentes de óbito. O quadro clínico do H1N1 é mais complexo e o paciente apresenta febre, dores no corpo, dor de cabeça, mal-estar, dor de garganta, sintomas que podem evoluir para complicações mais graves, como pneumonia. Na videoaula de hoje, profissionais da saúde serão orientados sobre o uso da vacina, que é disponível na rede pública, e o uso da medicação o mais rápido possível depois de manifestada a doença. Segundo a SES, as secretárias municipais de saúde foram convocadas para a aula, que deve começar às 15h. A transmissão será ao vivo, direto de um auditório da Rua Sapucaí, no Bairro Floresta, Região Leste. Depois da exibição, o programa ficará disponível nas redes sociais. A Secretaria de Estado de Educação (SEE) também foi acionada para que professores tenham acesso à videoaula e sejam multiplicadores das medidas preventivas contra a transmissão da gripe.
<2>Mais agressiva
De acordo com o vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, o médico Carlos Starling, há uma crença geral de que a gripe passa rápido. ?Não é bem assim. As pessoas que já têm uma doença comprometedora acabam evoluindo mais. A H1N1 é uma gripe diferente, mais agressiva e tem tratamento se for feito precocemente?, disse o especialista, lembrando que há medicação disponível na rede pública. O problema, segundo ele, é que os pacientes não procuram atendimento no momento correto. ?Quando procuram, às vezes não têm a orientação de receber a medicação de uma forma mais generosa. Na dúvida, têm que tratar como se fosse Influenza A H1N1?, disse.
O alerta, segundo o médico, serve também para quem é vacinado e apresenta sintomas de gripe. ?A vacina protege entre 70% e 90% dos casos. Mas, de 10% a 30% dos pacientes, mesmo vacinados, podem desenvolver a doença?, acrescentou. Na H1N1, segundo ele, a febre é mais alta e a prostração maior. ?Dor de cabeça, mal-estar e coriza são comuns a gripe e resfriado. Só que nos sintomas de uma gripe provocada pelo vírus Influeza a pessoa fica de cama?, disse o médico. Nesses casos, informou, as pessoas devem ser levadas para o pronto-atendimento o mais rápido possível.

Um DVD sobre a gripe também está sendo distribuído para as prefeituras para reforçar a campanha de prevenção com dicas e orientações para redução dos riscos associados ao vírus Influenza. O município interessado deve solicitar o material pelo e-mail [email protected] , informando o nome da cidade, nome completo do prefeito, telefone e endereço para contato.
<3>ENQUANTO ISSO… …TESTE DA ORELHINHA NA REDE PARTICULAR
Entrou em vigor ontem a Lei 20.819/13 que obriga que hospitais da rede privada façam o teste da orelhinha nos recém-nascidos. O exame mede emissões otoacústicas evocadas e possibilita o diagnóstico precoce de problemas auditivos. Ele já é feito em maternidades públicas e algumas particulares. Segundo a lei, se o hospital não disponibilizá-lo à família da criança antes da alta hospitalar, logo após o nascimento, deve orientar que procure um local adequado para fazer. O texto foi publicado ontem no jornal Minas Gerais.

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