Na noite do dia 16 de dezembro de 2008, uma terça-feira, a população formiguense sofreu um dos momentos mais conturbados e preocupantes quando os dois rios que cortam a cidade transbordaram, causando inundações em diversos pontos.
Casas, lojas e outros estabelecimentos foram tomados pelas águas, que deixaram muita lama e estragos: pontes foram levadas pela correnteza, casas destruídas, ruas danificadas e diversos prejuízos. Muitas pessoas passaram a madrugada esperando as águas baixarem para começar a limpeza e contabilizar os danos. Felizmente, não houve mortos e nem feridos em consequência da enchente. Por meio de uma ação conjunta da Polícia Militar e Defesa Civil, moradores de residências que estavam sendo inundadas foram retirados e encaminhados para a casa de parentes.
Confira abaixo os efeitos, as providências tomadas pelo Executivo e o que foi feito após a enchente que assolou Formiga:
– A adutora de água do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) se rompeu e também a parte central da barragem que abastece o município. O sistema de abastecimento ficou paralisado do dia 17 ao dia 20 de dezembro. O Saae pediu que a população economizasse água.
– As Unidades Básicas de Saúde em Formiga tiveram que atender apenas os casos de emergência. A Defesa Civil e a administração municipal orientaram para que os cidadãos evitassem transitar desnecessariamente pelas ruas da cidade, para evitar riscos de acidentes e de contaminação.
– O almoxarifado da Secretaria Municipal de Saúde também foi tomado pela água. O Posto de Saúde Abílio Coutinho e o CAPS também ficaram inundados. O atendimento nesses locais teve que ser suspenso.
– A secretária executiva da Defesa Civil, Vera Moreira, declarou que Formiga estava em ?situação de emergência? e determinou a assinatura da Declaração de Estado de Calamidade Pública.
– Comunidades rurais tiveram suas pontes de acesso avariadas ou destruídas, sendo que uma delas foi a comunidade de Padre Trindade.
– Caixas eletrônicos param de funcionar devido a alagamentos.
– Cerca de 15 casas tiveram parte de suas estruturas avariadas e outras três foram completamente destruídas em decorrência das chuvas.
– No total, mais de 100 famílias foram desalojadas por estarem em área de risco ou por terem avarias em suas residências. Foram disponibilizados abrigos pela administração municipal em caso de necessidade.
-Quatro passarelas foram destruídas pela enchente e ainda não foram reconstruídas. A documentação necessária já foi enviada ao Ministério da Defesa Civil, sendo que o valor estimado é de R$800 mil. A expectativa é de que a verba seja liberada até fevereiro.
– A Câmara da Mulher Empreendedora de Formiga (CAMEF) promoveu a Campanha ?Formiga Solidária? para arrecadar donativos para as famílias atingidas pela enchente em Formiga.
– A área próxima à Igreja Batista Vale das Bênçãos ficou completamente comprometida. Uma árvore caiu e arrebentou parte da fiação na rua José Elísio Ribeiro Mendes, na Vila Licínio. Além da fiação, também um poste foi danificado.
– O Banco do Brasil aprovou, no dia 22 de dezembro, medidas emergenciais de apoio às micro e pequenas empresas (MPE) instaladas no município que sofreram com a enchente.
– No início de janeiro, foi feita uma limpeza emergencial no leito do Rio Formiga pela Secretaria Municipal de Gestão Ambiental. O objetivo foi retirar tudo o que estava obstruindo os pilares das pontes e as árvores às margens do rio, uma vez que, por causa da enchente, houve acúmulo de mato, galhos e troncos de árvores, além de lixo.
– Os prefeitos de Formiga e de Córrego Fundo estudaram uma parceria para a reconstrução de duas pontes que tiveram suas estruturas comprometidas pela forte enchente nas comunidades de Canelas e Córrego da Areia, que fazem a ligação entre os dois municípios. Mas as pontes ainda não foram recuperadas.
– O setor de endemias da Secretaria de Saúde fez alerta contra possível epidemia de dengue, pois diante da enchente e do excesso de chuvas, o município teve um risco iminente de uma epidemia da doença.
– No dia 22 de janeiro, após ouvir o secretariado municipal e algumas lideranças da cidade, o prefeito Aluísio Veloso/PT decidiu pelo cancelamento das festividades do Carnaval deste ano, direcionando a economia feita para obras urgentes de recuperação da cidade. A verba no orçamento da pasta para o Carnaval era de R$67 mil, mas como o Carnaval envolve outras secretarias, o gasto total estimado seria de R$150 mil.
– Grande parte da população concordou com o cancelamento do Carnaval para usar o dinheiro nos reparos da enchente. Uma enquete feita pelo portal Últimas Notícias teve a participação de mais de 200 pessoas sendo que 68% delas aprovaram a decisão da administração municipal. No site da Secretaria Municipal de Comunicação, a aprovação da comunidade foi de 74%.
– Com o dinheiro economizado do Carnaval foram feitas diversas obras na Avenida JK, ruas José Elísio Ribeiro Mendes, em frente à Igreja Batista Vale das Bênçãos, uma parte da Tabelião Juca Almeida e um pedaço da rua da pista de skate do Terminal Rodoviário. O custo das obras foi de R$ 473.12,74 , com a contrapartida da Prefeitura de R$13.140, 30. O restante, cerca de R$53 mil, foi utilizado no aterro da ponte do bairro Santo Antônio. As obras foram iniciadas apenas no dia 3 de junho.
– Foi anunciado no dia 29 de janeiro que o secretário municipal de Obras, Rodrigo Bahia, recebeu um telefonema da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais (Setop) com a notícia de que havia sido liberada uma verba de R$1 milhão para iniciar os trabalhos de recuperação dos estragos.
– Entretanto, ao final das contas, o governo de Minas liberou apenas R$500 mil, por intermédio do deputado estadual Antônio Carlos Arantes/PSC. A verba caiu pela metade devido à crise financeira e em função do alto número de municípios dependentes da mesma situação
– Além de operação tapa buracos, servidores da Secretaria de Obras fizeram o aterramento da ponte próxima ao Terminal Rodoviário (em frente a Frazcal), para liberar a pista.
– O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) também ofereceu apóio financeiro a empresários e cooperativas de Formiga e região para se recuperarem dos prejuízos da enchente. A ?Caravana Solidária? do BDMG esteve em Formiga no dia 12 de março.
– A passarela de madeira, que ligava o Terminal Rodoviário à rua do supermercado ABC estava comprometida e, mesmo interditada por várias vezes pela Defesa Civil, estava sendo usada, o que ocasionou na desativação em definitivo da passarela, no dia 7 de maio.
– O vereador Mauro César/PMDB fez em um pedido de providência no dia 22 de junho para a concessão da remissão do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), voltado a imóveis atingidos pela enchente em Formiga, ocorrida em dezembro do ano passado. O secretário de Fazenda, Elizaldo Frade (Fradinho), não achou viável a ideia, pois já havia se passado muito tempo e isso teria que ser resolvido na época, pois outras pessoas iriam querer tirar proveito da situação.
– O secretário de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Dilzon Melo, esteve em Formiga no dia 26 de junho quando foi recebido no gabinete do prefeito Aluísio Veloso/PT e foi feito a ele um pedido que envidasse apoio para algumas obras, entre elas a reforma da barragem de captação de água do Saae, que foi destruída pela enchente.
– A recuperação da ponte do Santo Antônio começou somente 8 meses após a enchente, iniciada no dia 27 de agosto. A obra ainda está em andamento. Segundo o secretário adjunto de obras, Riderson Borges, as obras estão atrasadas por causa das chuvas. O padrão de energia para que o local receba iluminação já está instalado e o pedido de ligação de energia já foi feito à Cemig. Meios fios também estão sendo construídos e bueiros também foram feitos nas proximidades para evitar mais estragos.
– O prefeito Aluísio Veloso foi em busca mais verbas para reparos de estragos da enchente. No dia 20 de agosto se reuniu com o deputado estadual Antônio Carlos/PSC e com o responsável pela Secretaria de Transportes e Obras Públicas (Setop), Fuad Noman Filho, em Belo Horizonte.
– No dia 21 de setembro os vereadores aprovaram o projeto 073/2009, que autoriza a abertura de crédito suplementar no valor de R$800 mil para fazer face às despesas para a recuperação de danos causados pelas chuvas de dezembro. A verba foi liberada por meio de emenda parlamentar do deputado federal Virgílio Guimarães/PT-MG. O dinheiro será gasto na construção de passarelas e de gabiões à margem direita do rio Formiga.