Foi condenado a 24 anos e seis meses de prisão o homem de 61 anos acusado de matar e enterrar a companheira no bairro Glória, na região Noroeste de Belo Horizonte, no ano passado. O julgamento foi realizado nesta quinta-feira (4) no Fórum Lafayette, na capital. A condenação inclui quatro crimes: homicídio triplamente qualificado e ainda por feminicídio, furto (por ter levado o celular da vítima), fraude processual e ocultação de cadáver.

Segundo a denúncia, o homem mantinha um relacionamento de dois meses com Regina Soares, de 55 anos. Ele morava no terreno de um depósito de construção, onde trabalhava. A mulher o visitava com certa frequência, de acordo com depoimentos colhidos no processo.

No dia 16 de julho de 2022, no final da tarde, o casal se encontrou no imóvel onde o homem vivia. Depois de algum tempo, após o denunciado fazer uso de bebida alcóolica, os dois iniciaram uma discussão após a mulher o questionar sobre um relacionamento amoroso que ele tinha com outra pessoa. O homem não gostou da acusação e, ao ver a mulher sentada na cama, deu um golpe de picareta na cabeça dela, tendo, em seguida, desferidos outros golpes na mesma região e em outras partes do corpo dela.

Já com a mulher ferida, o homem pegou um pedaço de ferro e a golpeou até a morte. Após matar a vítima, o suspeito enrolou o corpo dela em uma lona, cavou um buraco no quintal do lote onde residia e, em seguida, enterrou o cadáver, colocando, ainda, diversos rejeitos por cima da cova e uma série de obstáculos à sua frente, visando impedir o acesso. O corpo só foi encontrado no dia 23 por um funcionário do depósito, após um sobrinho da mulher procurar por informações dela.

O suspeito não foi mais visto no emprego desde o dia do desaparecimento da mulher. Um funcionário desconfiou de entulhos no lote que não estavam no local e sentiu um cheiro forte na região. Ao perceber terra fofa, começou a cavar, encontrou um pote de creolina e naftalina. Ao cavar mais, com ajuda dos bombeiros e da polícia, encontrou a lona e o corpo embaixo.
Para o MP, o uso da creolina para ocultar o forte cheiro do cadáver foi considerado como fraude processual. Após o feminicídio, o homem também furtou o celular da vítima antes de fugir. O suspeito foi preso no dia 30, em Caratinga, para onde fugiu. Em depoimento, ele confessou que já ficou preso por quatro anos após matar outra mulher em 2000 e dizia a colegas de trabalho que “tinha disposição para matar”.

 

Fonte: O Tempo

 

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