O Ministério da Saúde ampliou o acordo voluntário com a indústria alimentícia para reduzir o teor de sódio de mais sete produtos. Fabricantes de pão francês, batatas fritas, salgadinho de milho, bolos prontos, mistura para bolos, biscoitos e maionese deverão reduzir gradualmente os níveis de sódio até 2014 ou 2016, a depender do produto.
Entre esses alimentos, as maiores reduções serão feitas nos biscoitos doces recheados, em parte dos bolos prontos e em misturas para bolo. Nesses produtos, o teor do sódio vai cair para 44% do que é hoje. O pão francês terá 9,6% menos sódio até 2014.
Essa é a segunda etapa do acordo para a redução dos níveis de sódio em alimentos, que visa reduzir o impacto de doenças crônicas no país, como as cardíacas, e cumprir a meta proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em abril, foi anunciada a diminuição progressiva em massas instantâneas, pães de forma e bisnagas. Outros alimentos deverão ser incorporados ao acordo no futuro. Segundo Edmundo Klotz, presidente da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), os primeiros produtos a entrar no cronograma da redução foram os de maior concentração de sódio.
O fato de alguns serem mais consumidos por crianças também pesou. Esse é o público para quem precisamos, desde já, fazer uma reeducação alimentar. É uma ação de prevenção, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
A iniciativa, explicou o ministro, faz parte da estratégia do governo para combater a mortalidade por doenças crônicas, como diabete, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.
As alterações serão feitas de forma gradual. Na receita-padrão do pão francês, elas não devem ser notadas, afirma Alexandre Pereira, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip). Fizemos testes sensoriais, o consumidor não sente (a redução gradual de sal), diz. A Vigilância Sanitária deverá monitorar o cumprimento das metas.
A maioria dos produtos que estão no mercado já atende às metas fixadas na primeira fase do acordo, afirma Silvia Vignola, especialista em saúde pública e consultora do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Agora vamos estudar os produtos que fazem parte dessa nova fase para ver se haverá mudanças significativas, disse.

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