A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desacelerou a 0,43% em abril, após marcar 0,56% em março, apontam dados divulgados nesta sexta-feira (9/5) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O grupo Alimentação e bebidas (0,82%) exerceram o maior impacto no índice, com 0,18 ponto percentual (p.p.). Destaque também para Saúde e cuidados pessoais (1,18%), com impacto de 0,16 p.p.
O novo resultado veio praticamente em linha com a mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 0,42%, de acordo com a agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 0,38% a 0,6%.
Com o dado de abril, o IPCA passou a acumular alta de 5,53% em 12 meses, segundo o IBGE. O resultado ficou acima da taxa de 5,48% registrada até março. O acumulado segue distante do teto de 4,5% da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central). Em uma tentativa de conter os preços, a instituição promoveu um ciclo de aumento na taxa básica de juros, a Selic, que chegou nesta semana a 14,75% ao ano. É o maior nível em quase duas décadas.
O choque na taxa de juros busca esfriar a demanda por bens e serviços e, assim, reduzir a pressão inflacionária. O possível efeito colateral é a perda de fôlego da atividade econômica, já que o crédito fica mais caro para consumo e investimentos produtivos. O BC passa a perseguir a meta de inflação de maneira contínua em 2025, abandonando o chamado ano-calendário (janeiro a dezembro).
O mercado financeiro projeta o IPCA de 5,53% no fechamento deste ano, conforme a edição mais recente do boletim Focus, divulgada na segunda (5) pelo BC. A previsão caiu nas últimas três semanas da pesquisa, mas segue distante do teto de 4,5%.