A Polícia Civil de Minas Gerais detalhou nesta quarta-feira (8), em entrevista coletiva, o processo de investigação contra o jovem de 23 anos que é suspeito de ter esquartejado um morador de rua no apartamento onde vivia no bairro Santo Antônio, região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Em depoimento acompanhando da advogada, o jovem permaneceu em silêncio, mas em conversas anteriores com os investigadores, o suspeito revelou que escondeu partes do corpo da vítima pelo bairro, além de ter se revelado ser um fã de séries e filmes ‘macabros’, nas palavras do próprio.

O crime é investigado pela Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa da Polícia Civil (DHPP). Segundo a delegada Letícia Gamboge, que chefia o departamento de homicídios, a prisão em flagrante se deu pelo crime de ocultação de cadáver, uma vez que partes do corpo da vítima foram encontradas na casa do suspeito. Antes de ser pego, o jovem se internou em um hospital psiquiátrico em Belo Horizonte, onde os agentes da Polícia Civil precisaram ficar de plantão para que ele fosse preso.

“Nossa equipe se descolou para esse hospital psiquiátrico entre o dia 5 até o final do dia 6 e, ainda em flagrante, e precisou aguardar a liberação do hospital para que ele fosse autuado em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver sob condição de um pagamento de fiança. Mas logo pela madrugada a nossa equipe representou pela prisão provisória foi decretada e ele permanece preso enquanto o crime de homicídio ainda é investigado”, explica.

Segundo o delegado Frederico Abelha, chefe da Divisão de Crimes Contra a Vida, o suspeito apresentou diferentes versões sobre o ocorrido e não demonstrou qualquer tipo de emoção ao relembrar os fatos.

“Após a condução do suspeito ao DHPP ele foi entrevistado e aqui falava muito pouco. Mas com muita fluência, sem nenhuma dificuldade para se expressar”, diz o delegado, que completa. “Ele falava até um certo ponto, quando ele começa a se complicar ele parava. É uma narrativa muito comum neste tipo de crime”, diz.

Comportamento

Diante dos polícias civis, o suspeito do crime se apresentou como uma pessoa fria e, aparentemente, sem remorsos sobre o ocorrido. Segundo o delegado Abelha, o jovem disse não se recordar exatamente da data do homicídio e apresentou diferentes versões sobre o crime.

“Na oitiva ele não se pronunciou, ele só falou em entrevista com os investigadores. Ele apresenta versões distintas, mas todas são se vitimizando, apresentando um passado complicado, mas tudo para justificar esse crime”, diz o delegado Frederico Abelha.

Aos 16 anos, o suspeito foi preso após matar a própria mãe. Sob a alegação de ser esquizofrênico, ele cumpriu uma pena em um hospital psiquiátrico, sendo solto anos depois.

Ainda nas conversas com os policiais, o jovem revelou hábitos que podem ajudar a entender as inspirações para o crime. “Ele se declarou ser fã de séries e conteúdos macabros e jogos de vídeo game com conteúdos violentos, mas se isso pode ter servido de fonte ainda é investigado”, diz Abelha.

A arma usada para esquartejar a vítima foi uma serra elétrica, adquirida dias antes do crime. Segundo os policiais, entre o momento do homicídio até a internação, o suspeito vagou pelo bairro a procura de locais para desovar o corpo da vítima. “Ele foi desovando partes em dias distintos, no sábado ele teria jogado parte do corpo da vítima dentro de uma caçamba na rua Barão de Macaúbas. No dia seguinte, ele despejou a cabeça na lixeira em frente ao prédio onde morava”, detalha o delegado Abelha.

As partes do corpo que estavam na caçamba foram e encontradas pela Polícia Civil, já a cabeça foi levada pelas equipes de limpeza da prefeitura e permanece desaparecida.

A vítima, que já foi identificada pela Polícia Civil, se chamava Marciel José Soares, e tinha 31 anos. Natural da cidade de Água Petra, em Pernambuco, o homem seria um morador em situação de rua que vivia no bairro.

Fonte: O Tempo

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