A humanidade inventou a escrita há pouco mais de cinco mil anos, quando
começou a registrar os acontecimentos, nascendo daí a História. Sabemos
que nossa espécie é gregária, provavelmente como resultado da seleção
natural. Para viver em grupo aparece a especialização, como do caçador e
da coletora, e da hierarquia, como chefe, curandeiro e guerreiro.

A agricultura levou ao desenvolvimento de cidades e organização social
mais complexa. Ao que parece, a realeza foi o predominante até 508 a.C.,
quando Clístenes criou a Democracia em Atenas, um governo de todos.
Bem, não exatamente todos, mas todos que eram homens, adultos, livres e
proprietários de terra. O mais interessante foi criar o conceito de cidadão
que ganhou força durante o Império Romano, basta lembrar que quando
Paulo revela ser cidadão romano, os magistrados temeram as
consequências (At 16,38).

A Revolução Francesa nos deu a ideia de cidadania, abolindo a vassalagem
ao estado, ao tirano, com deveres e direitos iguais a todo cidadão.
Especialmente, o conceito que um cidadão vale um voto, não importa sexo,
etnia, riqueza etc. Mas se considerarmos a escolha do líder, podemos
situar a escolha de um Papa pelos cardeais em eleição desde 1.059,
certamente foi um exemplo.

Foi nos Estados Unidos da América onde nasceu a democracia moderna,
representativa. Os estados modernos como o nosso são separados em
três poderes. O Legislativo é bicameral, senado e câmara. E o Judiciário é
composto de instâncias.

As instâncias superiores da Justiça são escolhidas pelos representantes
do povo, por exemplo, o presidente indica e o Senado aprova! Muitos
acreditam que deveria ser por concurso, pois teria o mérito do
conhecimento avaliado impessoalmente. Acontece que concursos são
falhos e não detectam caráter, enquanto que o nomeado pelo povo
(indiretamente) passou por critérios meritórios do conhecimento e de
outros mais humanos.

Quem não acredita, basta olhar os juízes e fiscais estaduais, por exemplo,
eu já tive a experiência de encontrar os piores deles. Não esqueçamos que
os juízes são os servidores públicos mais bem pagos e com mordomias
inacreditáveis, como férias longas e feriados prolongados. E não custa
lembrar que justiça lenta, não é Justiça.

Como se vê, esse e outros problemas mostram que há muito a melhorar,
mas não se pode esquecer que os outros sistemas políticos são muito
piores. Parece tão simples entender isso que fico surpreso quando vejo
gente letrada defender o fim do Estado de Direito e ser favorável ao uso
arbitrário do poder por mitômanos que ele nunca conhecerá de verdade.
Uma falta de lógica incrível.

Fiz 60 anos, cresci na linha dura da ditadura, lutei pacificamente pela
Democracia na minha Pátria, como muitos brasileiros da minha idade para
cima. Vejo com preocupação instituições do Estado serem atacadas,
principalmente, a imprensa e seus agentes, os jornalistas. É preciso que
os cidadãos, especialmente os militares, manifestem seu respeito à
Constituição, para não serem chamados de traidores, como qualificou
Ulysses Guimarães, herói inscrito no Panteão da Pátria!

 

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