O vereador Luciano Luís Duque voltou a fazer uso da palavra durante a reunião do Legislativo de segunda-feira (23) para cobrar explicações de valores gastos pela Secretaria de Saúde na compra de equipamentos e insumos.

Luciano apresentou slides de um estudo feito por ele a partir de informações obtidas no Portal da Transparência e junto ao Setor de Licitações, em que os valores de compra estão muito acima dos de mercado, fruto de investigações que começaram há mais de um ano, algumas já trazidas a público e repassadas ao Ministério Público, sendo inclusive, parte das investigações que levaram à deflagração da Operação Capitanias Hereditárias, onde são citados dois ex-secretários de saúde: Gonçalo Faria e Maria Inês Macedo.

Segundo gráficos exibidos durante a reunião do Legislativo, nos processos licitatórios com indícios de irregularidades pontuadas pelo vereador, somado, o gasto da administração chegou a ser 384% maior se comparado com os valores praticados no mercado, chegando-se assim ao valor de R$139.475,42. “É um levantamento, deixo isso bem claro. Esses valores podem variar sim, mas não se pode considerar comum se adquirir equipamentos com valor quatro, cinco vezes maior”, comentou o vereador.

Nos levantamentos, são apontados ainda, os pagamentos de mais de R$700 mil para apenas uma empresa, somente no ano de 2014. Em denúncias anteriores feitas por Luciano, foi apontado que essa mesma empresa forneceu ao município equipamentos que sequer comercializa.

Levantamentos 

Sem dar detalhes dos dados licitatórios, Luciano citou as seguintes compras:

Sonda Foley
Valor Pago: R$504;
Valor de Mercado: R$130,20;
Prejuízo: R$373,80.

Seringas
Valor Pago: R$4.840;
Valor de Mercado: R$2.250;
Prejuízo: R$2.590.

Agulhas
Valor Pago: R$1.104;
Valor de Mercado: R$244;
Prejuízo: R$860.

Negatoscópio
Valor Pago: R$4.622;
Valor de Mercado: R$1.404;
Prejuízo: R$3.218.

Ventilador de Transporte e Resgate
Valor Pago: R$176.847,72;
Valor de Mercado: R$45 mil;
Prejuízo: R$131.847,72.

Gráfico de análise dos preços pagos pela administração, valores de mercado e o provável prejuízo aos cofres da Saúde, que, segundo Luciano, podem ter ultrapassado R$139 mil (Imagem: Reprodução)

“Não é de agora que busco explicações para esses valores de compra que acabam provocando um rombo na saúde. E o resultado desse mau gerenciamento cai no colo do povo que não tem acesso a remédios, exames e atendimento descente no Pronto Atendimento que essa administração finge ser uma UPA, mas não é, e nos postos de saúde”, completou o vereador.
Abertura de CPI
Após a apresentação dos números, situação considerada gravíssima pelos demais vereadores, foi proposto por José Geraldo da Cunha (Cabo Cunha), a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para analisar as denúncias, porém, como denunciante, Luciano disse que ainda não decidiu se assim procederá, pois decisões como esta (abertura de CPI), “não podem e não devem ser tomadas por impulso. Quero saber todas as possibilidades que tenho de resolver o problema o mais rápido possível, e a comissão poderá demorar mais que o necessário”, encerrou o vereador.

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