Uma adolescente de 17 anos acionou a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) depois de ser chamada de “macaca” e “preta f…” no supermercado em que trabalha, na tarde dessa terça-feira (10). O caso aconteceu em um estabelecimento na avenida Heráclito Mourão de Miranda, no bairro Serrano, na Região da Pampulha de Belo Horizonte (MG). O caso é registrado como injúria racial.

Conforme o boletim de ocorrência, a adolescente contou que, por volta de 12h, foi ao banheiro destinado a pessoas com deficiência (PCD), próximo ao vestiário, para trocar de roupa e vestir o uniforme da empresa. Neste momento, uma outra funcionária, de 19 anos, olhou pela fresta da porta e passou a xingar.

Segundo ela, a jovem disse: “Essa desgraçada está usando logo esse banheiro, ao invés de usar um banheiro com um tanto de cabine”. A suspeita da agressão verbal trabalha como caixa do mercado e também chamou a adolescente de “preta f…” e “macaca”, antes de bater a porta com raiva e sair do local, de acordo com o registro policial.

A adolescente ainda relatou aos policiais que ficou em estado de choque e mandou uma mensagem à mãe dela, pedindo ajuda. A mãe foi ao supermercado, procurou o subgerente e a funcionária para esclarecer a situação e a família acionou a polícia.

Uma testemunha relatou que a suspeita proferiu xingamentos pela “indignação” da vítima usar banheiro coletivo em vez do vestiário, mas não usou termos de conotação racial, apenas de baixo calão. Já outra funcionária contou que o vestiário estava muito cheio e não percebeu confusão.

De acordo com o documento, o subgerente ouviu as versões da vítima, das testemunhas e da suspeita. À PM, ele contou que a funcionária denunciada afirmou ter procurado o banheiro externo ao vestiário e o encontrou ocupado, mas que não xingou a adolescente.

O subgerente também afirmou que não há câmeras de segurança no local, por se tratar de um banheiro. A autora foi liberada após o fim do expediente, às 14h. Ela não foi localizada para informar a versão aos policiais. O caso segue sob investigação na 2ª Delegacia de Polícia Noroeste.

A reportagem procurou o supermercado e aguarda posicionamento.

 

Fonte: Giovanna de Souza-Estado de Minas

 

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