Mais de 70 brasileiros estão retidos no vice-consulado do Brasil em Santa Elena de Uairén, cidade na Venezuela próxima à fronteira, esperando autorização para voltar ao país.

Imagens gravadas na noite dessa segunda-feira (25) mostram os brasileiros no vice-consulado, alguns sentados no chão e outros com crianças no colo, e malas espalhadas pelo chão do lado de fora. Assista ao vídeo acima.

Esses brasileiros esperam ter a mesma sorte do grupo que no domingo à noite conseguiu cruzar a fronteira, com o apoio do Itamaraty e do Ministério da Defesa. O grupo de 31 turistas brasileiros estava no Monte Roraima, o principal destino na região para quem busca turismo de aventura.

Fontes do Itamaraty dizem que o Ministério já está em contato com as autoridades venezuelanas e que está fazendo o possível para retirar os brasileiros de Santa Elena. Mas a negociação é delicada e a situação incomum, porque a fronteira está fechada desde a última quinta-feira.

Fronteira segue fechada

Nesta terça-feira (26), a fronteira entre Brasil e Venezuela segue fechada pelo 5º dia seguido. A tropa bolivariana está posicionada do lado venezuelano. No lado do Brasil, policiais rodoviários federais e militares do Exército reforçam a segurança.

A movimentação é tranquila, e venezuelanos continuam usando as rotas clandestinas para atravessar para o Brasil.

Conflitos em Gran Sabana

 Conflitos no município de Gran Sabana, onde fica Santa Elena de Uairén, a 15 km do Brasil, e Kumaparakay, habitada por indígenas, deixaram mortos e feridos nos últimos dias.

Na  sexta-feira passada (22), uma indígena morreu e outros foram feridos por balas após uma discussão entre militares e um grupo de indígenas de Kumarakapay. No mesmo dia, guardas nacionais reprimiram com gás lacrimogêneo um protesto em Santa Elena de Uairén. No sábado, também houve conflitos entre manifestantes e militares.

Na fronteira foi liberada apenas a passagem de ambulâncias com feridos nesses incidentes. Desde sexta, Roraima recebeu pelo menos 18 feridos em estado grave pelos conflitos na fronteira. Segundo o diretor geral do hospital Délio Tupinambá, de Pacaraima, Alshelldson de Jesus, os pacientes foram feridos a bala, vítimas de armas de grosso calibre.

A situação levou o governador Antônio Denarium (PSL) a assinar decreto de calamidade na Saúde.

 

 

Fonte: G1 ||

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