Um estudo publicado na ?Jama?, revista científica da Associação Médica Americana, avaliou a prevalência do tabagismo em 187 países entre os anos de 1980 e 2012. A redução do número de fumantes foi expressiva nesse período, em especial entre 1996 e 2006, quando a taxa anual de queda do tabagismo foi mais alta.
Nos 32 anos englobados pelo estudo, patrocinado pela Fundação Bill e Melinda Gates e pelo Estado norte-americano de Washington, a parcela de homens fumantes caiu de 41% para 31%. No caso das mulheres, essa redução foi de 10,6% para 6,2% de fumantes.
A pesquisa norte-americana encontrou três fases nessa redução do tabagismo: um progresso só modesto entre 1980 e 1996, uma aceleração nos dez anos seguintes e uma queda mais lenta de 2006 a 2012, com uma aparente alta da fatia de fumantes entre homens a partir de 2010.
Essa desaceleração na redução das taxas de fumantes pode ser explicada, em parte, pelo aumento do número de fumantes a partir de 2006 em países grandes como Bangladesh, China, Indonésia e Rússia.
No Brasil, dados da pesquisa telefônica Vigitel, realizada pelo Ministério da Saúde, mostram queda de 20% na proporção de fumantes no país entre 2006 e 2011, quando 14,8% dos brasileiros fumavam.
A maior redução tem sido entre os homens, e a população com menos anos de escolaridade é a que mais fuma por aqui: o percentual chega a 18,8% entre os brasileiros com até oito anos de escolaridade e cai para 10% entre os que têm 12 anos ou mais de estudos.
Ainda que o percentual de fumantes no mundo tenha caído, o aumento da população com mais de 15 anos de idade fez o número absoluto de homens e mulheres que fumam diariamente crescer.
Em 1980, o mundo tinha 721 milhões de fumantes; em 2012, já eram 967 milhões que mantinham o hábito. Além disso, nesses 32 anos, o número de cigarros consumidos por ano aumentou 26%.
Ganho de vida
Nos EUA, o estudo aponta que o controle de tabaco no país salvou 8 milhões de vidas nos últimos 50 anos. Os pesquisadores apontam que 17,7 milhões de pessoas morreram por conta do uso do cigarro entre os anos de 1964 e 2012.
A partir de 1964-2012, estima-se que um ganho de 157 milhões de anos de vida estava associado ao controle do tabaco, 111 milhões para os homens e 46 milhões para as mulheres. Isto sugere que os indivíduos que tiveram a morte evitada por conta do tabagismo ganharam, em média, 19,6 anos de vida, segundo os autores da pesquisa.
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