Pediatras de Pouso Alegre, no Sul de Minas, afirmam que a cidade vive um surto de uma doença que atinge principalmente as crianças, conhecida como mão-pé-boca. Aumentou o número de atendimentos no Hospital Samuel Libânio para atender essas crianças.

Maria Laura de Almeida Franco é mãe da Sofia e ficou preocupada quando a filha apresentou os sintomas. São aftas na boca e lesões nas mãos e nos pés, por isso o nome da doença.

“A Sofia começou com uma febre muito alta, de 38 e eu suspeitei que poderia ser esse vírus que está tendo o surto e a minha prima teve e ela teve contato e aí eu levei ela no médico e foi confirmado mão-pé-boca. Aí em seguida da febre ela já pintou inteirinha, já começou a coçar desesperada, não dormia de noite e está até agora pintadinha também. Muita coceira, principalmente à noite, ela coçava desesperada, de não ter conseguir lugar para dormir, de tanto que coçava”, contou a mãe.

Segundo o pediatra Daniel Moreira Favilla, as lesões são sintomas clássicos da doença, mas agora muitas crianças têm apresentado o quadro de coceira.

“Na verdade a doença característica, o vírus característico é o Coxsackievirus, as lesões são bem características mesmo, boca, palma da mão, dorso do pé, mas nós temos visto umas características diferentes agora, a gente tem visto as crianças virem com umas lesões mais pelo corpo, nas costas, nas pernas, lesões mais exacerbadas e as lesões estão vindo com coceira. As crianças estão tendo além da febre que já é comum, as crianças estão vindo com vômitos e diarreia também, além das lesões que já aparecem com esse vírus”, disse o médico.

Segundo ele, como a fase de transmissão acontece antes dos sintomas aparecerem, é bem comum que esses vírus possam se disseminar em ambientes como de escolas.

“Esse vírus que geralmente acometem as crianças aparecem muito a transmissão dele antes de aparecerem os primeiros sintomas, então geralmente a criança vai ter febre, sintomas gripais, coriza, tosse, que são sintomas do sistema respiratório, nesse caso as crianças podem ter diarreia e vômito, mas a transmissão ocorre antes, então as crianças estão na escola, estão bem e não estão tendo nada, mas já estão transmitindo o vírus, então por isso que a gente está tendo esse aumento de casos na nossa região muito por causa disso mesmo”, disse.

Ele ressalta que é indicado que pais não levem as crianças para a escola quando os sintomas aparecerem.

“Quando a criança geralmente vai começar primeiro com febre, com sintomas antes das lesões, depois normalmente a febre dura um, dois, no máximo três dias e depois aparecem as lesões. Quando a criança começou com febre, já é indicado de não levar para a escola, quando a criança começou com coriza, tosse e febre, a gente pede para não levar para a escola por conta dessa transmissão”, completou.

O médico completa que o tratamento é feito com antialérgicos e medicamentos para controlar a febre, além do uso de pomadas para aliviar o desconforto.

Fonte: G1

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