O menino Luan Gonçalves Rodrigues, de 12 anos, única vítima que segue desaparecida após uma encosta desabar e atingir quatro casas na zona rural de Antônio Dias, no Vale do Rio Doce, na madrugada de domingo (25), chegou a sair da residência com segurança, mas voltou para buscar o pai. Pelo menos três pessoas morreram.

De acordo com a irmã de Luan, a adolescente Letícia Fernanda Gonçalves Rodrigues, de 16 anos, estava chovendo no momento da ocorrência.

“Eu lembro que a gente só escutou o barulho. Eu lembro da cena de a gente sendo empurrada, eu vendo as coisas voando ao redor e os entulhos. Eu fui procurar quem estava perto, e eles falaram para a gente sair, ir saindo quem conseguisse. O meu irmão saiu junto com a gente”, contou Letícia.

Eles atravessaram a casa em meio aos entulhos, passaram pela rua cheia de lama e ficaram perto de um morro.

“Meu irmão viu minha mãe, abraçou ela e falou: ‘Mãe, parece um pesadelo’ (…) Como meu pai tinha ficado, ele falou que ia voltar”, disse Letícia.

Segundo ela, a mãe pediu para Luan não voltar para a casa, mas ele não aceitou.

“Ele falou: ‘Eu vou voltar, meu pai está lá ainda. Eu não vou sair sem ele, não’. Na hora que ele voltou veio a segunda queda do barranco, e ele estava no lugar dessa segunda queda. Ele tinha voltado por causa do meu pai, e meu pai conseguiu sair, mas a gente não sabe dele ainda”.

Os pais de Letícia tiveram ferimentos, mas passam bem. As tias dela, Marli Custódio dos Santos, de 54 anos, e Aparecida de Fatima morreram. Os corpos delas foram encontrados no domingo. Bruna Santiago de Paula, de 18 anos, namorada do primo de Letícia, também morreu. O corpo da adolescente foi encontrado nesta segunda-feira (26).

As buscas por Luan Gonçalves Rodrigues continuam.

Outras 11 pessoas foram socorridas e encaminhadas para hospitais da região. Na manhã desta segunda-feira, três permaneciam internadas.

Fonte: G1

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