Dieta balanceada e exercício físico não ajudam apenas a manter o corpo esbelto. Ter estilo de vida saudável pode reduzir em até 60% o risco de demência, enfermidade que acomete 10 milhões de pessoas, a cada ano, no mundo – número que deve triplicar nas próximas três décadas. Até mesmo quem tem predisposição à doença é beneficiado com os hábitos, que também incluem evitar bebida alcoólica e cigarro.

É o que sugere estudo publicado recentemente no jornal Jama, da Associação Médica Americana. A pesquisa ainda indica que manter a mente ativa, com leitura e jogos de tabuleiro por exemplo, preserva a memória.

A demência é caracterizada pela perda das funções cerebrais, como o raciocínio, afetando o humor, a vida social e a locomoção dos pacientes. “É uma disfunção progressiva que culmina com a perda de autonomia e, na maioria das vezes, é irreversível”, pontua a geriatra Marayra França, da Clínica Penchel. Apesar de mais comum em idosos, a médica alerta que jovens também podem desenvolver o mal.

Sem parar

Não se exercitar está fora de cogitação para quem deseja ficar livre da demência, reforça o psiquiatra Paulo Roberto Repsold, diretor da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG). Segundo ele, a degeneração dos neurônios leva ao rompimento com as conexões cerebrais, desenvolvendo a enfermidade.
O especialista afirma ser necessário criar estratégias que eliminem essa vulnerabilidade mental. “Quando se é jovem e se tem uma vida ativa, as tarefas que estimulam o cérebro são feitas cotidianamente. Com o avanço da idade, as pessoas param com essas atividades”, frisa.

Estímulo

O exercício mental dificulta o surgimento da demência, complementa Elizabeth Comini, membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN). “A organização do pensamento e o raciocínio precisam ser estimulados para melhorar a carga de memória”, diz.

A médica orienta criar novos hábitos, como aprender idiomas, manusear instrumentos musicais, praticar desenho e resolver equações matemáticas. Segundo ela, essas atividades retardam o quadro clínico.

Mudança no estilo de vida ajuda a melhorar quadro clínico

O consumo de nutrientes combinado com atividades físicas regulares também beneficia quem já apresenta algum comprometimento cerebral. Convivendo com Alzheimer há uma década e meia, José Itamar de Sousa, de 89, apresentou melhora no quadro clínico há dois anos, após iniciar a reeducação alimentar e começar a fazer exercícios.

Antes, ele até sofria convulsões no período mais crítico da doença. “Começou a ter alucinações, comportamento agressivo e confusão mental”, relembra Elenice Sousa, filha do idoso, garantindo que, agora, as condições do pai estão bem melhores.

Cinquenta milhões de pessoas têm o diagnóstico de demência no mundo, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS); número deve triplicar nos próximos 30 anos

Segundo o neurologista Paulo Caramelli, os exercícios aeróbicos, como caminhada, corrida e natação, ao menos 150 minutos por semana, dão bons resultados no tratamento. “A atividade libera uma proteína (BDNF) que impulsiona a produção de neurônios em regiões cerebrais que lidam com a memória”, explica o professor da Faculdade de Medicina da UFMG.
Dieta

A alimentação também é importante nesse processo, destaca a professora Ana Carolina Barbosa, do curso de Nutrição das Faculdades Kennedy. Segundo ela, Ômega 3, vitaminas B e gorduras benéficas são nutrientes que agem diretamente nos neurotransmissores. “Esses protetores neurais podem ser encontrados em sardinha, salmão, castanhas, amêndoas, banana, leguminosas, azeite de oliva e abacate”, diz a docente.

Arte: Hoje em Dia

 

Fonte: Hoje em Dia ||

COMPATILHAR: