Junho de 2010 foi o mês mais quente da Terra e o quarto mês consecutivo em que a temperatura combinada da terra e do mar bateu recordes de elevação, informou o Centro de Dados Sobre o Clima do governo dos Estados Unidos da América (EUA).
Os números divulgados no domingo (18) pela Administração Nacional do Oceano e da Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês) indicam que 2010 tende a ser o ano mais quente da história desde 1880, quando os registros de temperatura se iniciaram.
A tendência a um mundo mais quente é agora inquestionável. Segundo a NOAA, junho foi o 304º mês consecutivo em que a temperatura combinada da terra e do mar ficou acima da média do século XX. A última ocorrência de temperatura abaixo da média se deu em fevereiro de 1985. Todos os meses com a temperatura global mais elevada desde 1880 ocorreram nos últimos 15 anos, com o período mais quente anterior tendo ocorrido na primeira metade de 1998.
Temperaturas anômalas ocorreram na Espanha, com o mais frio mês de junho desde 1997, e em Guizhou, no sul da China, que teve o mais frio inverno registrado. De acordo com o Centro do Clima de Pequim, a Mongólia Interior, Heilogjiang e Jilin tiveram os meses de junho mais quentes desde o início dos registros, em 1951.
Os cientistas expressaram a sua surpresa com o fato de a temperatura da terra exceder o recorde anterior em 0,11 graus centígrados. ?Essa grande diferença na área terrestre contribuiu muito para o total da anomalia da temperatura combinada da terra e da água? , afirmou John Leslie, um porta-voz da NOAA.
Medições de outro satélite, processados pelo Centro Nacional de Dados Sobre Neve e Gelo, no Colorado, mostram que a extensão do gelo no Ártico foi a menor, neste mês de junho, desde que essas medições começaram, em 1979. A capa de gelo do Oceano Ártico cresce a cada inverno e diminui no verão, chegando à sua menor extensão em setembro. A média mensal em junho de 2010 foi 10,87 quilômetros quadrados. A cobertura de gelo estava diminuindo a uma taxa média de 88.000 quilômetros quadrados por dia no mês de junho.
Em mais uma possível indicação do aquecimento global, a geleira Jokobshavn Isbrae, uma das maiores da Groenlândia, perdeu 2,7 milhas quadradas de gelo e recuou uma milha entre os dias 6 e 7 de julho, uma das mais elevadas reduções do glacial já registradas.
O glacial, que é uma extensão da cobertura de geral da Groenlândia, reduziu-se 6 milhas desde o ano 2000 e 27 milhas desde 1850. Acredita-se que essa geleira é a maior fonte de contribuição para a elevação do nível do mar no hemisfério norte.
A cobertura de gelo da Groenlândia é uma grande placa de gelo antigo com 1.700 quilômetros quadrados está se reduzindo atualmente a taxas mais elevadas do que há poucas décadas. Calcula-se que desde o ano 2000 essa cobertura de gelo perdeu cerca de 1.500 km cúbicos de água, o suficiente para elevar o nível do mar em 5 milímetros. Se toda essa camada de gelo se transformasse em água, o oceano subiria cerca de 6 metros.
Os glaciologistas demonstraram surpresa com a velocidade das fraturas do glacial: ?Isso não é usual, já que ocorre depois de um verão quente durante o que nenhum gelo se formou na baía… e nos leva a acreditar na teoria de que o aquecimento dos oceanos é responsável pela perda do belo observada na Groenlândia e na Antártida?, afirmou Thomas Wagner, cientista da NASA.

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